Brasil

Petrobras é alvo de processo da CVM, após notícia de troca de comando

Em 2021, regulador também abriu procedimento semelhante

Adriano Pires, novo presidente da Petrobras - Pedro França/Agência Senado

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a xerife do mercado financeiro, abriu um processo administrativo do tipo supervisão, na segunda-feira, para apurar questões ligadas à Petrobras. O processo foi aberto no mesmo dia em que circularam notícias sobre a demissão do general Joaquim Silva e Luna da presidência da empresa.

Em seu site, a autarquia afirma se tratar de um processo no âmbito de notícias, comunicados e fatos relevantes referidos à companhia. Procurada, a CVM afirmou que não comenta casos específicos.

"Conforme é possível verificar no site da CVM, trata-se de processo administrativo, do tipo supervisão, aberto no âmbito de notícias, fatos relevantes e comunicados relacionados à referida companhia", disse a CVM.

As primeiras informações, posteriormente confirmadas pelo Ministério de Minas e Energia, começaram a circular ainda com mercado de ações aberto e sem que a Petrobras tivesse se manifestado publicamente sobre o assunto, o que só ocorreu às 20h. Naquele dia, os papéis da companhia caíram quase 3%.

A CVM pode abrir processos do tipo caso entenda que determinados assuntos precisam de mais esclarecimentos. O processo foi iniciado pela Superintendência de Relações com as Empresas (SEP).

No ano passado, a CVM já havia aberto processo semelhante após o presidente Jair Bolsonaro anunciar, pelo Facebook,  a indicação de Silva e Luna para o comando da empresa no lugar do então presidente Roberto Castello Branco.

Desde o ano passado, a CVM já abriu dez processos envolvendo a Petrobras. Neste ano, já foram três.

Em outubro do ano passado, a autarquia abriu um processo para investigar declarações de Bolsonaro sobre uma possível privatização da estatal, que também tiveram impacto nas ações da companhia na B3.

A companhia chegou a emitir um comunicado afirmando que questionou o governo sobre estudos acerca de sua privatização.

Ainda no final do ano passado, foram abertos novos processos após declarações de Bolsonaro sobre os preços de combustíveis praticados pela estatal. Em dezembro, ele afirmou que a estatal iria fazer uma  série de pequenas reduções no preço dos combustíveis.