Estudantes passam mal após comer merenda em escola técnica no Cabo
Secretaria de Educação informou que 16 estudantes precisaram de socorro médico do Samu, 11 foram levados a hospital
Estudantes da Escola Técnica Estadual (ETE) Luiz Alves Lacerda, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, passaram mal após comerem uma merenda servida no colégio.
Segundo a Secretaria de Educação e Esportes (SEE), 60 alunos relataram ter tido problemas por causa da intoxicação alimentar. De acordo com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 11 estudantes, com idades entre 15 e 17 anos, foram levados ao Hospital Mendo Sampaio, no Cabo.
O serviço, que registrou o caso como mal-estar e intoxicação alimentar, foi acionado por volta das 13h50. Todos os atendidos já receberam alta médica, segundo a unidade de saúde.
A SEE informou que 16 estudantes precisaram de socorro médico do Samu. A escola tem um total 490 alunos.
Apesar do fato, as aulas na escola não foram suspensas. Os estudantes que se sentiram mal só foram liberados após autorização médica e com a presença dos pais ou responsáveis.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram ambulâncias do Samu em frente ao colégio e alunos no pátio. Alguns foram ajudados por colegas.
Estudante do curso técnico em Logística, Michelly Darquia, de 17 anos, relatou à reportagem os momentos de pânico vividos no colégio durante o episódio.
"Graças a Deus não comi da comida, então estou bem. Depois que todo mundo comeu, começou o povo indo vomitar no banheiro", disse. Segundo ela, a merenda servida foi arroz, feijão macassar e galinha guisada.
"Falam que é estrogonofe, mas é galinha. A gente almoça, tem salas que vão primeiro. As primeiras avisaram às outras que a comida estava ruim, mas teve gente que nem ligou", completou Michelly.
A aluna disse também que um colega que comeu muita galinha acabou vomitando muito. Nesta quinta-feira (31), apenas metade da turma de Michelly foi assistir às aulas.
"A equipe do Mendo [hospital] ficou sabendo que viriam essas crianças e adolescentes de boca a boca. O Samu comunicou que já estava levando. Chegaram praticamente todos de uma vez, a maioria com sintomas de vômito e mal-estar, náusea. Um ou outro com irritação na faringe", disse a a médica Maria Eduarda Nunes, que realizou o atendimento no hospital.
"A gente teve que fazer uma força-tarefa. Tive que tirar as mesas e cadeiras e colocar pelo menos uns 15 dentro, já medicados. Outros ficaram na observação, estavam um pouco mais grave", acrescentou a enfermeira, que disse ainda que alguns chegaram ao colégio com crise de ansiedade por terem visto os colegas na situação.
Por meio de nota, a SEE-PE informou que "prontamente prestou os primeiros socorros aos jovens, acionou o Samu e entrou em contato com os pais e responsáveis".
A pasta afirmou ainda que encaminhou uma equipe de nutricionistas para o local para iniciar a apuração do episódio, bem como coletar amostras da refeição para análise laboratorial. "Todos os pontos precisam ser analisados com precisão antes de qualquer conclusão", alegou a secretaria.
A pasta esclarece ainda que todas as merendas passam por uma "avaliação nutricional rigorosa antes de ser servida aos estudantes e que todas as refeições são feitas diariamente".
Os estudantes, de acordo com a Secretaria de Educação, costumam responder periodicamente a questionários de satisfação e aceitabilidade.
A Secretaria de Educação informou ainda que a merenda servida na ETE é de responsabilidade de uma empresa terceirizada, a General Goods. A reportagem tentou contato com a fornecedora, mas não obteve retorno.
A Secretaria de Saúde do Cabo de Santo Agostinho disse que encaminhou uma equipe de vigilância sanitária à escola. "Amostras dos alimentos foram coletadas para que sejam analisadas para que as medidas necessárias sejam tomadas", reiterou.