Tropas russas começaram a sair de Chernobyl, segundo agência nuclear da Ucrânia
Rússia tinha assumido o controle da cidade no primeiro dia da invasão
As forças russas começaram a se retirar da central nuclear de Chernobyl, da qual haviam assumido o controle no primeiro dia da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, anunciou a agência nuclear ucraniana nesta quinta-feira (31).
Os efetivos russos marcham "em duas colunas em direção à fronteira" da Ucrânia com Belarus, afirmou a Energoatom no Instagram, acrescentando que apenas "um pequeno número" de soldados russos permanece no local.
"Há evidências de que uma coluna de soldados russos que ocupa a cidade de Slavutitch (onde reside a equipe da usina) está se formando para ir para Belarus", acrescenta o comunicado da agência nuclear ucraniana.
Em outra mensagem no Telegram, a Energoatom publicou uma foto de um documento intitulado "Ato de transferência de proteção da usina nuclear de Chernobyl", assinado em 31 de março por um general russo, apresentado como a oficialização da saída das tropas russas.
Um alto funcionário do Pentágono dos EUA, que pediu anonimato, indicou na noite de quarta-feira que o exército russo havia começado a se retirar do aeroporto de Gostomel, a noroeste de Kiev, e de Chernobyl, com destino a Belarus.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deixou, a partir de 9 de março, de receber dados diretamente de Chernobyl. A ausência de rodízio de funcionários da usina desde 20 de março gerou preocupações desde a ocupação russa.
O reator número 4 explodiu em 1986, causando o pior desastre nuclear civil da história.
Ele está coberto por um duplo sarcófago, um construído pelos soviéticos, agora danificado, e outro mais moderno, inaugurado em 2019.
Os outros três reatores da usina foram progressivamente fechados após a catástrofe, a última em 2000.