Internacional

Conflito na Ucrânia pode se prolongar enquanto Rússia se concentra no Donbass, diz Pentágono

Segundo funcionário do Pentágono, forças ucraniana oferecem grande resistência nessa região do leste do país

Forças ucranianas oferecem uma feroz resistência na região de Donbass - Fadel Senna / AFP

A reorientação dos esforços militares da Rússia no Donbass poderia levar a um "conflito maior e mais prolongado", já que as forças ucranianas oferecem uma feroz resistência nessa região do leste do país, disse, nesta quinta-feira (31), um alto funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

"Já estão há oito anos lutando por ela", disse o funcionário sobre a região disputada de Donbass, que reúne as províncias de Luhansk e Donetsk.

"Os ucranianos conhecem muito, mas muito bem o território", acrescentou. "Eles ainda têm muitas forças ali e travam uma luta muito dura por essa área", destacou.

"Apenas porque [os russos] a priorizem e mobilizem mais tropas e energia ali, não significa que será fácil", disse o funcionário americano.

"Poderia ser o presságio de um conflito mais prolongado, mais extenso, enquanto os russos tentam ganhar alguma influência, obter alguns progressos e, talvez, até conseguir algum trunfo para a mesa de negociação", assinalou.

Serguei Rudskoy, chefe da Direção-Geral Operacional do Estado-Maior das Forças Armadas russas, disse na semana passada que a primeira fase da campanha na Ucrânia tinha sido concluída e que as tropas se concentrariam na "meta principal: a libertação de Donbass", onde foram autoproclamadas as repúblicas de Donetsk e Luhansk.

O funcionário do Pentágono também disse que o exército russo continuava reposicionando forças em torno de Kiev após fracassar em sua tentativa de conquistá-la.

"Obviamente, estão tomando decisões para alterar suas metas e objetivos", disse.

Além disso, o funcionário assinalou que os combates continuam na cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia, e em Kharkiv, no leste, mas os russos não estão conseguindo "grandes resultados".

"Acreditamos que uma das razões pelas quais eles tanto querem Mariupol é porque eles podem se deslocar de lá para o norte", afirmou.

"Os ucranianos estão travando enfrentamentos muito duros dentro da cidade", acrescentou.