Zeca Baleiro leva sua trajetória ao palco em show no Teatro Guararapes
Com "José", o artista maranhense mescla canções e histórias de vida e de carreira, interagindo com o público
Entre uma música e outra, uma prosa. Entre uma prosa e outra, um improviso e para arrematar, coro e aplausos. É nessa conjuntura que o Teatro Guararapes vai trajar-se neste sábado (2) com o show “José”, do cantor e compositor Zeca Baleiro. Em clima intimista e tomado por pessoalidades, a apresentação, inédita no Recife, integra mais um palco da turnê que o artista maranhense tem feito Brasil afora. Com início às 21h, os ingressos custam a partir de R$ 100 (meia-entrada), e podem ser adquiridos no Sympla.
“Novas histórias sempre podem integrar o repertório, além de música. Inclusive, pretendo tocar uma inédita no Recife, que foi recém-composta”, contou Baleiro em entrevista à Folha de Pernambuco. Ele complementou falando sobre o formato do show e toda a sua narrativa autobiográfica, inclusive da participação do público. “Conto histórias desde o início da carreira, toco a primeira música com a qual subi ao palco, falo de canções que ouvia no rádio, enfim, todo o clima do show é íntimo e tenciona contar a minha história. Além disso, o público é convocado a cantar trechos de músicas”, adiantou.
Para promover cultura
“José”, que faz referência ao nome de batismo de Baleiro - José Ribamar - foi apresentado na celebração dos seus vinte anos de trajetória na música, em 2017. O show teve como mote o compartilhamento de vida e carreira por meio de escuta de vinis que integram sua coleção pessoal, além de vídeos, leitura de poemas e um ‘toma lá dá cá’ de perguntas e respostas dos fãs. E foi exatamente essa falta de intimidade, do olho no olho e de interação, um dos pesos mais sentidos por Zeca durante a pandemia, que entre outros males, esvaziou palcos. “Olha, essa falta de contato com o público pesou muito”, ressaltou. Mas apesar dos tantos pesares, ele deu vazão ao seu fazer artístico e seguiu promovendo cultura. “Aproveitei o tempo para produzir bastante, estudar um pouco, pesquisar algumas coisas. Usei bem esse tempo, acho. As lives cumpriram seu papel, mas nada substitui a atmosfera de um show”.
No roteiro da noite, “Flor da Pele”, “Telegrama” e as recentes “O Amor no Caos” e “Canções d’Além-Mar”, entre outras, serão celebradas em “José”. E por falar em canções, Zeca acompanha de perto a (sempre) efervescente cena musical pernambucana, e ele não hesitou em confessar o seu entusiasmo pelos “talentosíssimos” nomes que pairam pelos palcos “das bandas de cá”. “Tenho acompanhado a nova cena pernambucana com sincero entusiasmo. Almério e Martins são talentosíssimos. Também compus algumas canções na pandemia com o Juliano Holanda, talentoso nome dessa cena. Tô ensaiando uma outra parceria com o PC Silva. É um momento bonito da música produzida no Recife, livre de uma certa ‘prisão estética’ que os movimentos acabam por impor, ainda que ‘movimentos’ sejam necessários, por seu caráter de ruptura”.
Trabalhos futuros
Em paralelo a “José”, Zeca segue inquieto com outros fazeres que vão além das produções fonográficas que assina, como sempre, robustas. Com a mesma propriedade que tem como artista da voz e dos palcos, ele segue preenchendo espaços também no audiovisual e no teatro. “Fiz duas trilhas para cinema, estou compondo trilhas para teatro e fazendo dois discos em parceria com o Vinicius Cantuária e outro com o Chico César. Também produzi/dirigi outros artistas neste período”, contou ele que finalizou o papo, sugerindo esperança em meio a um País entremeado por obscuridades e incertezas. “Sempre! Sem esperança a vida é um inferno. O tempo de escuridão vai passar. Mas isso requer luta”.
Serviço:
Zeca Baleiro em “José”
Sábado (2), às 21h, no Teatro Guararapes (Av. Prof. Andrade Bezerra, s/n)
Ingressos: R$ 200 (inteira), R$ 100 (meia-entrada) e R$ 140 (entrada social)
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