Eleições 2022

Novo governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, recusa convite do União Brasil e fica no PSDB

Político recebeu convite do União Brasil após Doria ameaçar desistir de candidatura à presidência e ficar no cargo

João Doria (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM-SP) - Governo do Estado de São Paulo

O novo governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, agradeceu o convite do União Brasil para ingressar no partido, mas seguirá no PSDB. Na sexta (1º), o União Brasil formalizou convite diante de um possível descontentamento de Garcia com seu padrinho político, o ex-governador João Doria, que na quinta-feira (31)ameaçou desistir da candidatura à presidência e permanecer à frente do governo de São Paulo.

"Eu agradeço o convite e conto muito com o União Brasil na nossa candidatura pelo PSDB", disse Garcia ao GLOBO após inaugurar um Poupatempo no município de Jandira, na Região Metropolitana de São Paulo, acompanhado do deputado federal Alexandre Frota.

Garcia vai disputar a reeleição ao governo de São Paulo pela legenda e contava com a saída de Doria do cargo para alavancar sua candidatura. A relação entre Garcia e Doria teria ficado abalada após o "vai e vem" do ex-governador.

"Fui escolhido por prévias e, com muita alegria, ao lado do PSDB e de companheiros de outros partidos, vamos fazer uma grande coliazão e discutir a eleição a partir do segundo semestre", enfatizou.
 

Em carta, o presidente do União Brasil em São Paulo, Antônio de Rueda, o secretário-geral Eugênio Zuliani e o tesoureiro, Alexandre Leite, citaram "instabilidades políticas locais e nacionais” para justificar o convite a Garcia.

Trata-se de uma referência explícita à ameaça de de descumprir o acordo firmado com Garcia. Segundo aliados de Garcia, ele teria cogitado deixar o PSDB se Doria desumprisse o acordo.

O convite do União Brasil se estendeu a prefeitos e deputados estaduais da sigla tucana.

"Um representante com o histórico político de vossa excelência é o que São Paulo precisa", afirmou a carta endereçada a Garcia.

O novo governador de São Paulo foi filiado ao DEM (que originou o União Brasil ao se fundir ao PSL) por 27 anos. Ingressou no PSDB no ano passado com a promessa de Doria de que seria o candidato tucano ao governo paulista.