eleições 2022

Dirigentes do PSDB, MDB e União Brasil marcam reunião para discutir candidatura da "terceira via"

Bruno Araújo, Baleia Rossi e Luciano Bivar devem discutir os critérios do processo de escolha de um nome de consenso ao Palácio do Planalto

Sérgio Moro (União Brasil) e João Doria (PSDB) - Fabio Rodrigues Pozzebom; Rovena Rosa / Agência Brasil

Os presidentes do PSDB, MDB e União Brasil marcaram para esta quarta-feira (7) uma reunião para discutir a possibilidade de lançar uma candidatura única da chamada "terceira via" para disputar a eleição presidencial em outubro.

Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB) e Luciano Bivar (União) já vêm negociando desde fevereiro, mas este é o primeiro encontro entre os três dirigentes depois do fim da janela partidária e do prazo para a desincompatibilização de cargos. Os dirigentes devem debater sobre quais critérios adotarão no processo de escolha de um nome de consenso ao Palácio do Planalto - desempenho nas pesquisas eleitorais, baixa rejeição, composição da chapa, viabilidade financeira devem ser fatores determinantes. O plano dos dirigentes é chegar a um acordo até junho

O PSDB tem como pré-candidato o agora ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), que venceu as prévias do partido e renunciou ao cargo na semana para se lançar na corrida presidencial. Uma ala da sigla também tenta emplacar o nome do governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB), que corre por fora para se viabilizar candidato. Já o MDB trabalha pela candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS). E o União Brasil filiou na última semana o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que entrou no partido dizendo "não ter desistido de nada".
 

As negociações também ocorrerão em um momento de estremecimento na relação entre PSDB e o União. Na última sexta-fera, o diretório paulista do União convidou o agora governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), a se filiar ao partido, citando "instabilidades políticas locais e nacionais". Em uma resposta ao movimento, o diretório do PSDB da Bahia reagiu chamando o secretário-geral do União, ACM Neto, a ingressar na legenda.

O encontro entre os presidentes dos partidos não deve contar com a presença dos pré-candidatos, que já têm se movimentado para chegar a um consenso. Moro, por exemplo, se reuniu com Simone Tebet na última sexta-feira, e Eduardo Leite no sábado. A pauta era uma possível união contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que aparecem à frente nas pesquisas eleitorais.

No último levantamento do Datafolha, lançado em 24 de março, Moro tinha 8% de intenções de voto, Doria, 2%, e Tebet, 1%. No cenário sem o ex-governador de São Paulo, Leite também marcou 1%.