EUA e Reino Unido pedem suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU
O Kremlin negou que as forças russas tenham matado civis e alegou que as imagens de cadáveres em Bucha são "falsas"
Os Estados Unidos e o Reino Unido buscarão a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU após "as imagens de Bucha", cidade ucraniana onde foram encontradas dezenas de corpos supostamente de civis.
"As imagens de Bucha e a devastação da Ucrânia exigem que façamos nossas palavras corresponderem às nossas ações", disse Linda Thomas-Greenfield um um tuíte.
"Não podemos permitir que um Estado-membro, que está subvertendo todos os princípios que pregamos, continue participando" do Conselho, acrescentou.
"Diante das fortes evidências de crimes de guerra, incluindo os relatos sobre valas comuns e o massacre perverso de Bucha, a Rússia não pode continuar sendo membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU. A Rússia deve ser suspensa", declarou a ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss.
Jornalistas independentes internacionais encontraram, neste fim de semana, corpos com roupas civis, alguns com as mãos amarradas, na cidade de Bucha, próxima à capital ucraniana Kiev, após a retirada das tropas russas.
O prefeito de Bucha, Anatoly Fedoruk, disse que muitos "foram assassinados a tiros, na nuca".
A escala das mortes ainda está sendo investigada, mas a procuradora-geral ucraniana Iryna Venediktova afirmou que foram recuperados corpos de 410 civis.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, disse que as imagens de Bucha apontam para "possíveis crimes de guerra".
O Kremlin negou que as forças russas tenham matado civis e alegou que as imagens de cadáveres em Bucha são "falsas".
Para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos, é necessário o voto a favor de dois terços da Assembleia Geral da ONU. Essa medida já foi tomada no passado contra a Líbia.
"A Rússia não deve ter uma posição de autoridade nesse órgão, não devemos permitir que utilize seu cargo no Conselho como ferramenta de propaganda para sugerir que tem uma preocupação legítima com os direitos humanos", disse Thomas-Greenfield.