Rússia concentrará a ofensiva no leste e em regiões do sul da Ucrânia, diz EUA
Segundo assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, ofensiva militar russa poderia durar ainda mais alguns meses
A Rússia está "reposicionando suas forças para concentrar suas operações ofensivas no leste e em partes do sul da Ucrânia", afirmou, nesta segunda-feira (4), o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
"A Rússia tentou subjugar toda a Ucrânia e fracassou. Agora tentará subjugar partes do país", disse, estimando que esta nova fase da ofensiva militar "poderia durar meses ou mais.
A Rússia indicou há alguns dias que concentrará seus esforços no leste da Ucrânia e redobrou seus esforços nessa região do território, assim como no sul.
Nessa região encontram-se cidades portuárias-chave para a criação de uma conexão terrestre entre a península da Crimeia -anexada em 2014 pela Rússia- e as regiões separatistas pró-russas de Donetsk e Lugansk.
Sullivan declarou que os Estados Unidos e seus aliados irão anunciar "esta semana" novas sanções econômicas contra a Rússia. Segundo o funcionário americano, estudam-se possíveis medidas "relacionadas à energia", um tema muito delicado para os europeus, muito dependentes do gás russo.
Nesta segunda-feira, o governo dos Estados Unidos anunciou ter aprovado a venda de oito aviões de combate F-16 para a Bulgária para "reforçar a segurança" deste membro da Otan, no contexto da guerra na Ucrânia.
O Departamento de Estado informou em um comunicado que notificou o Congresso sobre a intenção de vender os caças e munições a este país do Leste Europeu por US$ 1,67 bilhão.
A Casa Branca não especificou se a venda poderia resultar no envio à Ucrânia de caças de fabricação soviética da Bulgária.
A Ucrânia pede aos aliados ocidentais que enviem caças Mig-29, como os que possuem alguns países do Leste Europeu, porque seus militares sabem pilotá-los.
Em março, debateu-se enviar os caças da Polônia, mas os Estados Unidos foram contra por medo de que a Rússia pudesse interpretar a medida como uma participação direta da Otan na guerra.
De acordo com o Departamento de Estado, a venda dos F-16 "melhorará a capacidade da Bulgária para fazer frente às ameaças atuais e futura, o que permitirá à Força Aérea búlgara deslocar regularmente aviões de combate modernos à região do Mar Negro", fronteiriça com a Ucrânia.
Fortalecer o "flanco oriental" da Aliança Atlântica faz parte da estratégia de Washington para responder à invasão russa da Ucrânia.