IPCC 2022

ONU: mundo deve frear emissões de CO2 até 2025 para "futuro viável"

Alerta é do novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU

Poluição causada por indústria - Pexels

As emissões de CO2 devem ser reduzidas até 2025 para que o futuro da humanidade seja "viável" - alerta um relatório do grupo de especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC, na sigla em inglês), divulgado nesta segunda-feira (4).

Para que o aquecimento do planeta não gere mudanças irreversíveis, restam apenas três anos para que essas emissões se estabilizem e depois comecem a cair, acrescentou o IPCC.

E, se não forem desenvolvidas técnicas de captura de carbono, o carvão deve ser abandonado totalmente, com uma redução de pelo menos 60% no uso de petróleo, e de 70%, o do gás, até 2050, na comparação com os níveis de 2019. 

“Quase toda produção mundial de eletricidade deve ser procedente de fontes com zero, ou baixa emissão de carbono”, insiste o IPCC.

Apenas 10% da eletricidade produzida no mundo em 2021 provém da energia solar, ou eólica, calculam especialistas do setor independentes.

Ainda conforme o relatório, os lares que representam os 10% com maior renda do mundo acumulam 45% das emissões de gases de efeito estufa. Dois terços desses 10% vivem nos países desenvolvidos. 

As emissões das classes médias e desfavorecidas dos países desenvolvidos representam, por sua vez, entre 5 e 50 vezes mais do que suas homólogas nos países em desenvolvimento, completa o IPCC.

Debatido ao longo de duas semanas, o texto propõe mudanças radicais no estilo de vida da Humanidade, que hoje enfrenta a disparada do preço da energia, devido à guerra na Ucrânia. 

“Ter políticas públicas, infraestruturas e tecnologia para poder mudar nosso estilo de vida e nossos comportamentos” é essencial para atingir esses objetivos, explica o grupo de especialistas. 

"Alguns governos e líderes empresariais dizem uma coisa, mas fazem outra. Para ser sincero, eles mentem. E os resultados serão catastróficos", declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em uma mensagem de vídeo após a divulgação do relatório.