Eleições

Aliado de Moro, Álvaro Dias diz que desgaste do ex-juiz pode ser 'irreversível'

Para o senador, que era um dos maiores defensores da candidatura de Moro ao Planalto, manobras do ex-ministro não tiveram a 'afinidade' que a política exige

Álvaro Dias e Sérgio Moro - Reprodução

Um dos maiores entusiastas da candidatura de Sergio Moro (União Brasil) à presidência da República, o senador Álvaro Dias (Podemos) afirmou nesta terça-feira (5) que as manobras do ex-ministro não tiveram a "afinidade" que a política exige e que seu desgaste pode ser "irreversível".

"Talvez esse desgaste revele a inaptidão dele (Moro) na atividade política. É um desgaste irreversível, talvez. Nós não podemos deixar de reconhecer que as manobras efetuadas não tiveram a afinidade que a política exige", afirmou o senador em entrevista ao UOL News.

Na segunda-feira, o senador, que soube da ida de Moro ao União pela imprensa, afirmou ao portal Congresso em Foco que Moro seria bem-vindo de volta no Podemos, partido que deixou sem mesmo comunicar a direção nacional.

"Eu não teria dificuldade em recebê-lo, imagino que o partido também não", disse ao site.

Álvaro Dias revelou ainda, em entrevista ao UOL, que Moro desejava ir para um partido maior desde o ano passado, ideia que o senador sempre rechaçou.

"Eu entendi que a busca de uma estrutura maior tinha por objetivo dar competitividade à sua candidatura. Ele imaginava que no Podemos não teria condições de ser indicado como candidato no centro democrático. Eu o alertei: "Olha, aí há um equívoco. No União Brasil há forte rejeição". Agora comprovadamente ele não é mais candidato. Portanto, sepultou o sonho de ser presidente da República", declarou o parlamentar.

Ao GLOBO, o senador disse que não quer mais falar sobre o ex-ministro. Declarou apenas que disse para o ex-juiz que ele teria dificuldades no União, o que "já se confirmou".

Moro trocou o Podemos pelo União Brasil na última quinta-feira e, apesar do pouco tempo na sigla de Luciano Bivar, vem enfrentando resistências internas, principalmente da ala do DEM — liderada por ACM Neto —, que não aceita a candidatura à Presidência.

No sábado, a cúpula do União Brasil fechou um acordo restringindo o projeto político do ex-juiz ao estado de São Paulo.