Internacional

Ivanka Trump depõe perante comissão sobre o ataque ao Capitólio

Filha do ex-presidente foi assessora de seu pai enquanto ele esteve na Casa Branca

Ivanka Trump, filha do ex-presidente americano Donald Trump - Mandel NGAN / AFP

Ivanka Trump, filha do ex-presidente americano, depôs nesta terça-feira (5) perante o comitê da Câmara dos Representantes que tenta esclarecer qual o papel de Donald Trump no ataque ao Capitólio, informou a imprensa americana.

A audiência de Ivanka prosseguia esta tarde, confirmou à AFP o presidente do comitê, Bennie Thompson.

"Responde às perguntas. Sem se estender, mas responde", disse, acrescentando que desconhece se em algum momento recorreu ao seu direito de permanecer em silêncio. 

"Veio por vontade própria, isso tem um valor significativo", acrescentou.

A filha do ex-presidente, que foi assessora de seu pai enquanto ele esteve na Casa Branca, não foi intimada a comparecer, mas em janeiro foi convidada da fazê-lo a este comitê da Câmara de Representantes, composto na maioria por demcratas.

Os congressistas afirmavam ter provas que demonstravam que Ivanka tinha tentado convecer o pai a pedir que fosse suspensa a violência quando uma multidão de simpatizantes do ex-presidente invadiram o Congresso para evitar que os congressistas certificassem a vitória de Joe Biden.

Os congressistas estão interessados em "qualquer conversa" que ela tenha testemunhado ou participado, especialmente um telefonema de Donald Trump na manhã de 6 de janeiro

Acredita-se que naquele dia ele tentou forçar o então vice-presidente Mike Pence a parar a contagem os votos que validariam a vitória de Biden nas eleições de novembro de 2020.

"A senhora estava no Salão Oval e presenciou pelo menos parte deste telefonema", disse Bennie Thompson em sua carta convite.

Esta comissão já interrogou quase 800 testemunhas, incluindo Jared Kushner, marido de Ivanka, durante seis horas na semana passada por videoconferência. Kushner também foi marido do ex-presidente.

Seu testemunho foi "útil" para a comissão, segundo Elaine Luria, uma das integrantes da comissão.

A imprensa americana divulgou recentemente várias revelações sobre os meses anteriores ao ataque.

Virginia Thomas, ativista conservadora e esposa do juiz da Suprema Corte Clarence Thomas, por exemplo, enviou mais de 20 mensagens entre novembro de 2020 e janeiro de 2021 a Mark Meadows, chefe de gabinete de Donald Trump, implorando-lhe que bloqueasse a vitória de Biden.

O nome de Kushner aparece em um deles, enviado em 13 de novembro. 

A imprensa americana também revelou um intervalo de quase oito horas nos telefonemas feitos por Donald Trump da Casa Branca em 6 de janeiro de 2021, em particular durante o período em que os manifestantes forçaram a entrada no Capitólio.

Segundo a Comissão, Trump poderia ter usado canais não oficiais, como telefones pré-pagos, que são difíceis de rastrear, o que o ex-presidente negou categoricamente.

A comissão está concluindo a investigação e planeja realizar audiências públicas. Querem terminar o processo antes das eleições de meio de mandato em novembro. Se os democratas perderem o controle da Câmara dos Representantes nessas eleições, correm o risco de os republicanos dissolverem a comissão.