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Lula diz que "todo mundo" deveria ter direito ao aborto e vira alvo de evangélicos

Ex-presidente defende tema como 'questão de saúde pública'. Marco Feliciano e Damares Alves criticaram petista

Ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva - divulgação/site oficial

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta terça-feira (6) que toda mulher deveria ter direito ao aborto no Brasil, por ser "uma questão de saúde pública". A afirmação, dada durante um debate realizado em São Paulo, gerou reação de evangélicos e bolsonaristas.

Para o pré-candidato à Presidência, quem mais sofre com a proibição do aborto são as mulheres pobres, sem acesso a métodos seguros. "Aqui no Brasil, as mulheres pobres morrem tentando fazer aborto, porque é proibido", disse Lula, afirmando que a mulher com dinheiro pode fazer o procedimento no exterior.

O ex-presidente avaliou que a pauta da família é "muito atrasada". "Ela (a pauta da família) é utilizada por um homem que não tem moral para fazer isso", afirmou, sem citar o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL). "A sociedade evoluiu muito, os costumes evoluíram muito e precisamos ter coragem para fazer esse debate".

O deputado federal Marco Feliciano reagiu a fala do petista com críticas. "Acredito que pela primeira vez vi o Lula de quem sempre falei! Lula para maiores", disse o parlamentar.

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos), afirmou em postagem no Instagram que "a pauta do ex-presidente sempre foi a cultura da morte". Damares aproveitou para contrapor a fala de Lula a de Bolsonaro, adversário do petista na campanha ao Planalto. "Nas próximas eleições nossas escolhas serão: vida protegida desde a concepção x morte de crianças inocentes". A publicação de Damares foi replicada pelo senador Flavio Bolsonaro.