FÓRUM DE OLINDA

Feminicídio: no segundo dia de julgamento, acusação detalha comportamento abusivo de Jonata

A promotora de justiça Maria Carolina Miranda Jucá Cavalcanti começou afirmando que o relacionamento entre a vítima e o réu era conturbado

Promotora de justiça Maria Carolina Miranda Jucá Cavalcanti - Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

O segundo dia do julgamento do acusado de matar a namorada e depois encenar um assalto, Jonata Zoberto Verçosa de Lima, ocorre nesta quarta-feira (6). O dia começou com o debate entre a Defesa e a acusação, ambos com 1h30, para defenderem e acusarem o réu da morte de Caroline Mary de Oliveira, estudante de 24 anos na data de sua morte.

Do lado da acusação, a promotora de justiça Maria Carolina Miranda Jucá Cavalcanti começou afirmando que o relacionamento entre a vítima e o réu era conturbado e, por diversas vezes, Jonata apresentava comportamento abusivo para com Caroline. 

De acordo com a promotora, ele traía a namorada com outras mulheres e isso fazia o casal terminar várias vezes, mas o acusado afirmava ter acabado os casos e, assim, o relacionamento era retomado

Ainda segundo Maria Carolina Cavalcanti, os colegas de trabalho da vítima afirmaram que ela já havia chorado durante seus horários de trabalho e que, no dia de sua morte, isso havia acontecido mais uma vez.

 

Julgamento de Jonata Verçosa de Lima, acusado de matar a namorada em 2016 // Foto: Melissa Fernandes

A promotora disse que, no dia do crime, a vítima não planejava ir à festa, mas Jonata comprou os ingressos sem contar para ela e, por isso, Caroline acabou por ir ao “Festeja”. De acordo com Jonata, ao saírem da festa em seu carro, um homem os assaltou e atirou na mulher.
 

Depois da morte de Caroline, a promotora de justiça afirmou que o réu afirmou ter sido vítima de latrocínio e por isso, não foi visto como suspeito e como consequência, a perícia residuográfica não foi realizada. Ela continuou dizendo que após todo o acontecido, a primeira coisa que Jonata fez ao chegar em casa, foi lavar o carro por fora e por dentro, o que o réu adirma ter apenas “passado um pano” nas manchas de sangue.

A acusação concluiu afirmando que não há dúvidas da culpabilidade do réu no caso de feminicídio e ele a matou por motivo torpe, em uma circunstância na qual Caroline não podia se defender.

Durante o julgamento, o atual marido da mãe de Caroline, Edicley Bezerra, se disse certo da condenação de Jonata: “A gente está acompanhando desde ontem e temos a certeza da condenação do réu, pois o que ele fala não passa de mentiras. Ele tentou desconstruir todo o trabalho de perícia, delegado e Ministério Público, dizendo que todos estão fazendo um complô contra ele. Eu não acredito que eles iram se juntar para condenar uma pessoa inocente. Esperamos a condenação e a gente acredita que ele foi o autor do crime”.