Filhos de Bolsonaro reagem à fala de Lula que defendeu direito ao aborto
Ex-presidente defendeu que toda mulher tenha direito ao aborto no Brasil, por ser "uma questão de saúde pública"
Filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticaram a defesa feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nessa terça-feira (5), de que toda mulher tenha direito ao aborto no Brasil, por ser "uma questão de saúde pública".
A afirmação foi dada durante um debate realizado em São Paulo e também gerou reação de evangélicos. Sem fazer menção direta a Bolsonaro, Lula também afirmou que "pauta da família" é muito atrasada, e "autorizada por um homem que não tem moral para fazer isso".
Para o pré-candidato à Presidência, quem mais sofre com a proibição do aborto são as mulheres pobres, sem acesso a métodos seguros. "Aqui no Brasil, as mulheres pobres morrem tentando fazer aborto, porque é proibido, o aborto é ilegal", disse Lula, afirmando que a mulher com dinheiro pode fazer o procedimento no exterior.
"Aqui no Brasil não faz (aborto) porque é proibido, quando, na verdade, deveria ser transformado numa questão de saúde pública, e todo mundo ter direito e não ter vergonha. Eu não quero ter um filho, eu vou cuidar de não ter meu filho, vou discutir com meu parceiro. O que não dá é a lei exigir que ela precisa cuidar", declarou.
Eduardo Bolsonaro criticou o ex-presidente pela fala e elencou posicionamentos que, para ele, refletem que "Lula não está pensando em eleição num país cristão que respeita a propriedade privada". Parlamentares e blogueiros bolsonaristas também repercutiram o tema nas redes sociais.
Flávio afirmou que o eleitor não pode ser cristão e defender uma pessoa favorável ao aborto. "Lula defende abertamente o aborto e ainda diz que a pauta da família e dos valores é uma pauta atrasada. Para os cristãos, que cogitam votar no bandido, deixo aqui a reflexão: ou você é cristão ou defende quem é a favor do aborto, os dois não dá!", postou.
Até o momento, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) não se manifestou sobre o assunto.
O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) reagiu à fala do petista com críticas. "Acredito que pela primeira vez vi o Lula de quem sempre falei! Lula para maiores", disse o parlamentar.
A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos-DF), afirmou em postagem no Instagram que "a pauta do ex-presidente sempre foi a cultura da morte". Damares aproveitou para contrapor a fala de Lula a de Bolsonaro, adversário do petista na campanha ao Planalto. "Nas próximas eleições nossas escolhas serão: vida protegida desde a concepção x morte de crianças inocentes". A publicação de Damares foi replicada pelo senador Flavio Bolsonaro.
O ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos-PR) também se manifestou sobre o tema: "Ninguém tem o direito de tirar a vida de um bebê, dentro ou fora da barriga", declarou.