Nações Unidas

ONU falhou ao não evitar guerra na Ucrânia, diz presidente do México

O México condena a invasão russa da Ucrânia, mas se recusa a aderir às sanções contra Moscou

Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador - AFP

A ONU falhou ao não evitar a invasão da Rússia na Ucrânia, disse nesta quarta-feira (6) o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que pediu a busca de uma saída negociada.

"Acho que a ONU não fez bem o seu trabalho", afirmou o presidente esquerdista ao ser questionado pela imprensa sobre uma conversa telefônica que teve na terça-feira com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, sobre a ajuda humanitária à Ucrânia.

"O diálogo deve ser buscado acima de tudo, assim como uma solução negociada. A guerra não deveria ter começado, deveria ter sido evitada. O que se ganha depois que uma guerra começa com sanções ou enviando armas? Nada! E os inocentes? A política falhou, mas ainda há tempo", acrescentou. 

Ele comentou que Trudeau o convidou para participar de uma teleconferência, no próximo sábado, na qual também participarão líderes da União Europeia para coordenar o apoio humanitário aos ucranianos.

López Obrador anunciou que enviará uma mensagem de vídeo ao encontro para ratificar a posição do México sobre o conflito. 

"Nossa posição é condenar a invasão porque sofremos com invasões", disse ele, listando as intervenções que o México sofreu ao longo da história, inclusive a dos Estados Unidos, que em 1948 anexou quase metade do território mexicano. 

O México condena a invasão russa da Ucrânia, mas se recusa a aderir às sanções contra Moscou.

Um partido minoritário aliado ao partido no poder criou um grupo de amizade México-Rússia na Câmara dos Deputados no final de março, o que gerou críticas da oposição mexicana e das embaixadas dos EUA e da Ucrânia. 

Ao mesmo tempo, Glen VanHerck, chefe do Comando Norte dos EUA, assegurou que no México há o maior número de membros no exterior da GRU, a inteligência militar russa. 

O México não é "uma colônia da Rússia, da China ou dos Estados Unidos", respondeu López Obrador na ocasião.