Morre Vladimir Zhirinovski, importante figura da vida política russa
De acordo com vários meios de comunicação russos, Zhirinovski agonizava há duas semanas, após ter contraído Covid-19
O veterano ultranacionalista da vida política russa Vladimir Zhirinovski morreu aos 75 anos - anunciou o presidente da Câmara baixa do Parlamento, Viacheslav Volodin, nesta quarta-feira (6).
"Sua personalidade é tão grande que é difícil imaginar o desenvolvimento do sistema político da Rússia moderna sem ele", escreveu Volodin em seu canal no Telegram sobre Zhirinovski, uma personalidade explosiva que sempre evitou, no entanto, opor-se ao presidente Vladimir Putin.
"Ele entendia de maneira profunda como o mundo funcionava e antecipou muitas coisas", completou.
Seus colegas deputados prestaram-lhe uma homenagem, fazendo um minuto de silêncio na Duma.
De acordo com vários meios de comunicação russos, Zhirinovski agonizava há duas semanas, após ter contraído Covid-19. Já Volodin falou de uma "longa doença".
O Ministério da Saúde disse às agências de notícias russas que "grandes especialistas, médicos, lutaram até o fim por sua vida".
Sua morte "é um golpe para a Rússia, para o exército de seus seguidores", lamentou o Partido Liberal-Democrata (LDPR), sigla liderada por ele por mais de 30 anos.
Posicionado na extrema direita, Vladimir Zhirinovski participou de quase todas as eleições presidenciais da Rússia moderna e seu partido sempre esteve representado nas instâncias locais e nacionais, desempenhando o papel de oposição barulhenta, mas não rebelde.
Nas memórias dos russos, ficarão seus discursos inflamados, suas aparições-surpresa, ou suas explosões aguerridas, quando, por exemplo, jogou um copo de água e insultou um adversário em um debate, ou brigava com algum deputado dentro do Parlamento.
Seu último grande ato remonta a 22 de dezembro, quando previu que 2022 "não será um ano pacífico, será o ano em que a Rússia voltará a ser uma potência", e convidou a "aguardar o 22 de fevereiro".
Coincidência, ou não, foi nesta data que Putin reconheceu os separatistas pró-russos do Donbass ucraniano, antes de lançar sua invasão a este país vizinho, dois dias depois.