Política

Bolsonaro defende Allan dos Santos, alvo de ordem de prisão do STF: 'Não pode viver como exilado'

Presidente afirmou que Alexandre de Moraes 'não conseguiu' extradição de blogueiro

O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos (esq.) e Jair Bolsonaro - Alessandro Dantas/Senado e Clauber Cleber Caetano/PR

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta segunda-feira o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que já teve a prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro afirmou que Allan não pode viver "como um exilado", em referência ao fato de ele morar no Estados Unidos.

— Nós temos um jornalista, o Allan dos Santos, pode gostar dele ou não gostar, não me interessa isso daí, mas ele não pode viver como um exilado — disse Bolsonaro, em entrevista à rádio Liberal, do Pará.

Em seguida, o presidente disse que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, "não conseguiu" a extradição do blogueiro.
 

— O próprio Alexandre de Moraes tentou extraditar, trazer para cá o Allan dos Santos. Não conseguiu, porque a legislação americana não extradita baseado nisso, na questão da liberdade de expressão

Moraes também mandou prender Allan, em outubro do ano passado, sob argumento de que o blogueiro cometeu crimes de ameaça, ataques contra a honra e incitação à prática de crime, assim como a participação de organização criminosa.

O apoiador de Bolsonaro, no entanto, está foragido nos Estados Unidos e, mesmo após ordem do ministro do STF para o governo brasileiro solicitar a extradição, o processo não foi concluído.

Há duas semanas, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça, afirmou ao STF que reiterou o pedido de extradição. O ofício do DRCI foi em resposta a um questionamento de Moraes sobre essa demora.

No documento, a diretora do DRCI, Priscila Campelo, relatou que a Embaixada do Brasil em Washington apresentou, em 15 de novembro do ano passado, o pedido de extradição de Allan dos Santos ao Departamento de Estado norte-americano.

O DRCI, entretanto, afirmou que o sistema adotado nos EUA para processar pedidos de extradição envolve a análise do mérito do crime pelo qual o alvo é acusado.