Viúvo de Paulinha Abelha lembra de confusão mental da cantora
Clevinho Santos contou ainda que, até hoje, 45 dias depois da morte da vocalista do Calcinha Preta, ninguém conseguiu diagnosticar a causa
Clevinho Santos, viúvo de Paulinha Abelha, disse que o momento de maior desespero durante os 12 dias em que ela ficou internada foi quando ele percebeu a confusão mental dela, na véspera da cantora do Calcinha Preta ser intubada.
"Ela não sabia onde estava, o que estava acontecendo com ela. Ela me reconhecia, mas parecia que estava voando", contou ele em entrevista ao colunista Leo Dias, do site Metrópoles.
O digital influencer e dançarino ressaltou ainda que, 45 dias depois da morte da mulher, ninguém conseguiu precisar um diagnóstico. Segundo ele, Paulinha tomava remédio para emagrecer, mas sempre com o acompanhamento de um profissional da área de saúde: "Não conseguem dizer o motivo real da morte dela. Se foi remédio, qual foi a substância? Se não foi, qual foi a doença? São perguntas sem respostas... E, agora, a verdade é que nenhuma resposta vai trazer minha mulher de volta".
Clevinho lembrou que a busca pela causa da morte levou a banda a contratar um perito, que analisou todos os laudos de exames feitos desde a internação dela, no dia 11 de fevereiro, em Aracaju. "Ele disse que não foi a questão do medicamento para emagrecer", ressaltou ele.
O viúvo hoje continua morando na casa de Paulinha Abelha, em Aracaju, e ajuda a cuidar do pai dela, Gilson Abelha, que tem Alzheimer, mas está consciente. Paulinha tinha uma grande preocupação com o pai. No início de janeiro, ela chegou a publicar um vídeo mostrando o drama enfrentado por ele.
A cantora chamou a atenção de órgãos públicos ao expor as dificuldades para conseguir um tratamento adequado, tanto na rede privada, por meio do plano de saúde, quanto pela rede pública. Os custos todos com os cuidados com ele estão sendo custeados pela banda Calcinha Preta.
No dia 11 de fevereiro, depois de alguns dias sentindo enjoo e ânsia de vômito, Paulinha resolveu procurar ajuda médica. Estava em São Paulo com a banda, que tinha feito um show no Centro de Tradições Nordestinas. Nos planos dela e do marido estava comparecer a um evento promovido pelo sertanejo Zezé di Camargo.
Mas ela achou melhor antecipar a viagem de volta para Aracaju para procurar um dos profissionais que atendem seu pai, Gilson Santos Nascimento, diagnosticado com Alzheimer e que vive acamado. Pelo telefone, ele já havia receitado a Paulinha remédios para o estômago, mas os medicamentos não aliviaram a indisposição.
Causa da morte? Médicos explicam como o uso excessivo de diuréticos e remédios para emagrecer pode afetar os rinsPaulinha e o marido seguiram direto do aeroporto de Aracaju para um hospital. Por conta da natureza dos sintomas, companheiros da banda e amigos próximos chegaram a cogitar a hipótese de uma gravidez. Paulinha foi internada com diagnóstico de problema renal.
O quadro evoluiu para falência dos rins, quando foi preciso usar uma máquina de diálise para cumprir a função do órgão e filtrar as toxinas do corpo da cantora.
A inflamação localizada no trato urinário progrediu. Foi detectada, então, uma inflamação no fígado. Paulinha tomou antibióticos e, a partir daí, o trabalho dos médicos foi virando uma corrida contra o tempo. O problema no fígado foi controlado, mas a inflamação seguiu até a membrana que reveste o cérebro provocando uma encefalite.
Paulinha entrou em coma e passou a respirar com a ajuda de aparelhos na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Primavera, para onde havia sido transferida em busca de mais recursos para o diagnóstico.
Com um coma de grau 3 na escala Glasgow, Paulinha teve quadro grave de comprometimento neurológico. O agravamento do quadro provocou morte cerebral e falência sinstêmica. Ou seja: seu organismo não suportou. Foram 12 dias entre sua internação, em 11 de feveiro, e sua morte.