Crítica

"Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" se perde em trama descartável

Filme derivado de "Harry Potter" conta com participação da brasileira Maria Fernanda Cândido no elenco

"Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" - Divulgação

Marcado por alterações no elenco, adiamentos em função da pandemia e mudanças no roteiro, “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore” finalmente chega aos cinemas, com sessões de pré-estreia agendadas para esta quarta-feira (13). Depois de um primeiro longa-metragem mediano e de uma sequência sofrível, o terceiro filme da problemática franquia derivada de “Harry Potter” apresenta um resultado melhor do que os seus antecessores, mas ainda não consegue repetir o encanto causado pelas produções do bruxinho nos “millennials”.


O novo filme mostra o embate entre o professor Alvo Dumbledore (Jude Law) e o mago das trevas Gerardo Grindelwald (Mads Mikkelsen), que tenta assumir o controle do mundo mágico. No passado, os dois foram apaixonados um pelo outro, mas agora estão em lados opostos. Com pretensões tirânicas, Grindelwald almeja declarar guerra aos trouxas - como são chamados os humanos sem poderes mágicos.

Mads Mikkelsen encara com excelência o desafio de substituir Johnny Depp no papel de grande vilão do filme, construindo um Grindelwald mais enigmático e sombrio. O foco do enredo na relação entre o feiticeiro com aspirações ditatoriais e seu ex-namorado acaba transformando o magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne), que ajuda Alvo a combater o inimigo, em coadjuvante. Com um ritmo arrastado, a narrativa só ganha fôlego e alguma profundidade nos momentos finais, o que torna mais da metade da história praticamente descartável.
 

Em ano eleitoral no Brasil, parece oportuno o enredo do longa, que tem como estopim as votações para o cargo de Chefe Supremo da Confederação Internacional dos Bruxos. Uma das candidatas é a bruxa brasileira Vicência Santos, interpretada por Maria Fernanda Cândido. Quem vibrou com a escalação da atriz, no entanto, pode acabar se decepcionando. Embora esteja presente em cenas fundamentais da trama, a personagem tem pouquíssimas falas, desperdiçando o talento da artista.