Novelas

Alanis Guillen experimenta uma atuação mais selvagem na pele da mulher-onça Juma de "Pantanal"

É apenas seu segundo trabalho na teledramaturgia. O primeiro foi em "Malhação", "Toda Forma de Amar", que estreou em abril de 2019

A atriz Alanis Guillen - Divulgação/Globo

A partir do momento em que foi confirmada o remake de “Pantanal” na Globo, muito se especulou a respeito de quem ganharia o papel da mocinha Juma. Afinal, em 1990, a novela da extinta Rede Manchete alçou Cristiana Oliveira ao estrelato. E, depois de muitos nomes citados, a função acabou ficando com Alanis Guillen. A atriz, que completa 24 anos em maio, sabe bem o tamanho da responsabilidade.

“Está sendo um processo diário, que começou a partir do teste, quando recebi a Juma. Fui investigando todo esse universo pantaneiro, sobre as onças e o que foi esse Pantanal para aquela época. Aos poucos, essa personagem vem no meu corpo, na minha voz, nos meus gestos”, conta a atriz, que nasceu em Santo André, no estado de São Paulo.

Um dos pontos cruciais dessa descoberta foi o contato com a própria região que dá nome à novela, que vem sendo adaptada para os dias de hoje por Bruno Luperi, neto de Benedito Ruy Barbosa, autor da obra original. “Gravar no Pantanal foi essencial para descobrir sobre a Juma, sobre esse universo”, admite Alanis, que não tem dúvidas sobre qual é sua maior dificuldade nesse processo. “O maior desafio nessa personagem é me manter cada dia mais fiel a ela, a mim, meus sentimentos, o que ela provoca”, entrega.

É compreensível essa atenção especial com a verossimilhança. Afinal, a repercussão imensa do folhetim há 30 anos já seria o suficiente para que as comparações surgissem. Mas, além disso, a expectativa imensa depositada na nova versão – e intensificada com a pandemia – aguçou esse comportamento.

“Não podemos ignorar essa reconstrução, as pessoas sempre recordam e comparam. Tento fugir desse comparativo para deixar me levar nesse novo caminho da Juma. Quero manter essa fidelidade entre meu corpo e a personagem”, explica.

Uma das características mais marcantes de “Pantanal” é a fotografia. E, claro, até pela ambientação na região, as cenas não contêm apenas as belas paisagens e a flora local, mas também os seres que compõem a fauna. E, especificamente no caso de Juma, o instinto animal se torna ainda mais importante.

“Tem de ser bicho para estar ali. Senti isso. Cheguei muito perto da cobra e de outros animais. Mas com muito respeito, parcimônia. Consciente de que não é em qualquer momento, em qualquer bicho que se pode chegar com essa intimidade. Mas é lindo se sentir bicho como todo. O Pantanal é muito forte”, deslumbra-se. “Pantanal” – Globo – Segunda a sábado, na faixa das 21h.

Ascenção rápida

A trajetória de Alanis Guillen na tevê é bem curta. “Pantanal” é apenas seu segundo trabalho na teledramaturgia. O primeiro foi na 27ª e última temporada inédita produzida para “Malhação”, “Toda Forma de Amar”, que estreou em abril de 2019.

No entanto, foi também uma temporada atípica. Isso porque, em função da pandemia do novo coronavírus, a trama foi encerrada sem que todas as gravações previstas pudessem ser concluídas, no começo de abril de 2020. E, assim como no seriado infantojuvenil, Alanis também terá muitos conflitos românticos em suas cenas de “Pantanal”. Na trama, Juma se apaixona por Jove, interpretado por Jesuíta Barbosa.

“A gente foi encontrando junto essa relação. Acho que uma coisa que prende muito é esse amor genuíno. Eles se amam genuinamente, se descobrem um no outro”, enaltece.

Quando “Pantanal” foi ao ar na Manchete, Alanis sequer tinha nascido – ela veio ao mundo oito anos depois, em 1998. E conta que foi inevitável assistir um pouco ao que foi exibido naquela época. “Eu não fazia ideia do que era essa novela, de nada”, entrega. Porém, essa busca por referências no material original não parece ter sido tão relevante assim para esse processo de construção.

“Quando fomos mergulhar nesse trabalho, fizemos uma busca muito pessoal para entender nossos corpos ali. São atores diferentes, corpos diferentes e época diferente. Muita coisa mudou nesses 30 anos. Não se manter preso ao que foi é o caminho de maior encontro com a verdade, para se manter fiel à própria trama. Essa é uma história atemporal e o texto já dá tudo”, diz.

Instantâneas

# Alanis começou a trabalhar ainda na infância, participando de comerciais.

# A atriz foi confirmada como a protagonista de “Pantanal” em setembro de 2021 e chego a dar entrevista ao dominical “Fantástico” sobre isso.u

# Alanis é filha de uma arquiteta com um engenheiro e músico.

# Na adolescência, Alanis fez cursos livres de teatro e dança e se formou em Artes Cênicas.