Proteja seus aplicativos financeiros no celular; confira dicas
Seu smarthpone foi roubado? Saiba como evitar o acesso de criminosos aos seus apps bancários e a ferramentas importantes como o Pix
Pela praticidade encontrada na palma das mãos, as pessoas passaram a utilizar o celular como uma ferramenta para diversas atividades, como transações bancárias, pagamentos por aplicativos e troca de e-mails. Mas junto a esse intensivo uso, é preciso pensar na proteção do smartphone. Isso porque muitos furtos e roubos são aplicados enquanto o usuário está mexendo ou falando ao celular, além de quando o aparelho está na bolsa ou no bolso da roupa.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), muitos dos roubos ocorrem em vias públicas durante o uso do celular pelas pessoas. Dessa forma, os criminosos têm acesso ao celular já desbloqueado e, a partir daí, realizam pesquisas no aparelho buscando por senhas eventualmente armazenadas pelos próprios usuários em aplicativos e sites. De posse dessas informações, tentam ingressar no aplicativo do banco.
Portanto, manter o celular no nível máximo de proteção é o indicado para evitar qualquer situação inesperada. “Preventivamente, o usuário pode cadastrar uma senha de acesso ao aparelho celular, para que ele fique bloqueado enquanto não se coloca a senha. Além disso, é fundamental não anotar dados pessoais e senhas em blocos de notas, e-mails ou conversas, nem salvar dados de cartões bancários quando realizar compras on-line”, indicou Ana Carolina Aun, advogada especialista em direito civil e do consumidor, do escritório Duarte Moral.
A Febraban também sugeriu nunca utilizar os recursos de “lembrar" ou "salvar senha” em navegadores e sites, além de não repetir a senha utilizada para acesso ao banco em quaisquer outros aplicativos, sites de compras ou serviços na internet.
Medidas importantes
No entanto, se ocorrer do usuário ser assaltado ou roubado, algumas medidas importantes são recomendadas por especialistas. “O usuário deve comunicar imediatamente o seu banco e sua operadora de telefonia para que eles realizem o bloqueio do aplicativo e da linha. Deve também trocar as senhas de todos os aplicativos instalados no celular, fazendo uma limpeza no conteúdo existente no celular de forma remota, que pode ser realizada pelas páginas da Apple, se for sistema iOS, e pelo Google, quando for sistema Android”, explicou Ana Carolina Aun.
A advogada também recomendou verificar no site Registrato, do Banco Central (registrato.bcb.gov.br), para saber se foram abertas contas no nome do usuário ou se foram realizados empréstimos.
Boletim de Ocorrência
A Febraban disse que é importante a pessoa também registrar o Boletim de Ocorrência. O registro pode ser feito pelo site da Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco (www.sds.pe.gov.br).
Uma ação também muito importante realizada pela SDS no combate aos crimes contra o patrimônio é o “Alerta Celular”. Segundo a secretaria, o programa é uma ferramenta importante para enfrentar e inibir a impunidade, com a prisão dos criminosos.
Por isso é importante que os cidadãos façam o cadastro on-line pelo site da SDS. Ao inserir os dados pessoais e o número do IMEI do celular corretamente, o proprietário do aparelho permite que, em caso de ser vítima de roubo ou furto, as polícias possam encontrar o item subtraído.
Boletos falsos
Muitos golpistas têm se aproveitado para tentar enganar as pessoas com o envio de boletos falsos. Com a tecnologia e meios de pagamentos eletrônicos, esses tipos de golpes se aprimoraram, são muitos os e-mails e notificações em relação a pagamentos atrasados e, sem cuidados, as pessoas caem nesses golpes.
"Os boletos chegam e as pessoas ficam em dúvida se devem pagar ou não e, por medo de ficar com o nome sujo, por ser prático e de fácil acesso, as pessoas realizam o pagamento, principalmente as pessoas com maior idade", explica Afonso Morais, sócio da Morais Advogados Associados.
Para a pessoa ficar atenta, Afonso explica que nenhum credor, seja banco, financeira, loja, ou outro estabelecimento do setor, concede redução do débito de uma dívida em 80%, e é esta estratégia que usam os estelionatários para convencer os consumidores a pagarem boletos falsos sem o devido contato.
Em qualquer boleto, prefira sempre ler o código de barras pela câmera do celular ou no caixa eletrônico. Em geral, boletos com linha digitável adulterada não trazem código de barras compatível e precisam forçar a vítima a digitar a sequência manualmente para completar o golpe. Sempre que possível, é importante baixar os boletos diretamente no site do banco ou da empresa que está fazendo a cobrança.
E importante: duvide sempre de boletos que chegam por e-mail, especialmente quando a mensagem traz um assunto como "Urgente" ou "Seu nome está no Serasa".
O golpe no Pix
Sistema de transferência instantânea e eficiente, o Pix está cada vez mais popular entre pessoas físicas e empresas. No entanto, com o surgimento dessa nova opção de transferência bancária, diversos golpes foram criados para tirar vantagem indevida daqueles que pouco entendem sobre tecnologia.
“Uma situação muito frequente ocorre quando os criminosos entram em contato telefônico com a vítima, passando-se por funcionários do banco e solicitando dados necessários para o acesso ou convencendo a vítima a transferir algum valor sob o pretexto de fazer um teste no Pix”, revelou Ana Carolina Aun.
Portanto, o usuário deve estar atento para não clicar em qualquer link suspeito enviado por WhatsApp, SMS ou e-mail, além de desconfiar de ligações telefônicas de supostos funcionários do banco, pois essas instituições normalmente não entram em contato para falar sobre o Pix.
Outra dica ao consumidor é, antes de realizar qualquer transferência instantânea, é importante cadastrar a chave do contato e verificar se os dados do recebedor estão corretos.