Rússia tem 3 semanas para pagar dívidas em dólares e evitar default
Informações foram dadas pela agência Moody's, nesta quinta-feira (14)
O serviço investidor da agência Moody's confirmou nesta quinta-feira (14) que a Rússia "poderia ser considerada em default" se não pagar dois vencimentos em dólares antes de finalizado o período de graça, em 4 de maio.
Durante várias semanas, a Rússia conseguiu evitar o risco de uma suspensão dos pagamentos, apesar das sanções que lhe foram impostas por invadir a Ucrânia, pois o Tesouro permitia o uso da moeda estrangeira em poder de Moscou no exterior para saldar dívidas externas.
Mas os Estados Unidos endureceram as sanções e já não aceitam dólares de Moscou depositados em bancos americanos.
O ministério das Finanças russo anunciou no começo de abril que havia liquidado em rublos uma dívida de quase 650 milhões de dólares.
A Moody's informou em nota que o pagamento de 4 de abril de dois bônus com vencimentos em 2022 e 2042 em rublos ao invés de dólares americanos "muda os termos de pagamento dos contratos originais e, portanto, pode ser considerado um default" se Moscou não pagar esta dívida antes de 4 de maio.
"Os contratos de obrigações não contemplam nenhum reembolso em moeda diferente do dólar", acrescentou a Moody's.
"Embora os eurobônus emitidos depois de 2018 permitissem, em certas condições, realizar reembolsos em rublos, os emitidos antes de 2018 (incluindo os bônus de 2022 e 2042) não contêm esta cláusula de moeda alternativa ou só permitem o reembolso em outras moedas fortes (dólar, euro, libra esterlina ou franco suíço)", detalhou a agência.
Em 9 de abril, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings já tinha anunciado que havia rebaixado a classificação da Rússia para pagamentos em moeda estrangeira ao nível de "default seletivo", precisamente porque Moscou havia liquidado em rublos a dívida mencionada pela Moody's.
Considera-se que um país entra em default quando não consegue cumprir seus compromissos financeiros com seus credores, que podem ser países, instituições financeiras (Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, entre outros) ou investidores nos mercados financeiros.
É parcial ou seletivo quando o Estado reembolsa parte de suas obrigações.