Brasília

Bolsonaro diz que governo vai procurar WhatsApp para falar sobre acordo com TSE

Presidente já havia atacado decisão do aplicativo de implementar novos recursos somente após as eleições

Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que vai procurar representantes do WhatsApp no Brasil para tratar do acordo firmado entre o aplicativo e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - Filipe Araujo / AFP

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (16) que vai procurar representantes do WhatsApp no Brasil para tratar do acordo firmado entre o aplicativo e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deixou somente para depois das eleições a  incorporação na plataforma de uma função que amplia o alcance de mensagens.

Especialistas relataram à plataforma preocupção acerca da nova funcionalidade, que pode turbinar a disseminação de notícias falsas e ataques virtuais durante o período eleitoral.

Já conversei com o (ministro das Comunicações) Fábio Faria. (Ele) vai conversar com representante do WhatsApp aqui no Brasil para explicar (o acordo). Se ele (WhatsApp) pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também, por que não? — disse Bolsonaro, em entrevista à CNN Brasil, no Guarujá (SP), onde passa o feriado de Páscoa.

O aplicativo anunciou na quinta-feira (14) que vai lançar uma nova funcionalidade no Brasil, chamada Comunidades, no próximo ano. O recurso vai possibilitar que administradores reúnam diferentes grupos sob um só guarda-chuva, ampliando o alcance de mensagens. O novo recurso, em fase de testes, pode facilitar a circulação de notícias falsas. Atualmente, os grupos de WhatsApp podem ter no máximo 256 integrantes.

— Essa última informação agora que o WhatsApp pode ter uma política mundial, ninguém vai reclamar. Agora, (por que) apenas para o Brasil o disparo em grupo poderá ser realizado depois das eleições? Ah, depois das eleições não vai ter mais fake news? —  disse Bolsonaro.

Na sexta-feira, Bolsonaro participou de um passeio de moto com apoiadores em São Paulo, num trajeto que foi da capital até a cidade de Americana. No meio do caminho, ao parar para falar com outros motociclistas,  iniciou as critícas à movimentação do WhatsApp, afirmando que o acordo do serviço de mensagens com o TSE "não será cumprido".

— E já adianto. Isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo, sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade para o Brasil, isso é inadmissível, inaceitável, e não vai ser cumprido este acordo que porventura eles realmente tenham feito com o Brasil, com informações que eu tenho até o presente momento — declarou.