Ações da Netflix despencam 35,13% após queda no número de assinantes
Empresa já avalia vender assinatura com propaganda
As ações da Netflix fecharam em queda de 35,13% ( US$ 226) nesta quarta-feira (21), depois de chegarem a despencar 39%, depois de relatar uma redução acentuada em sua base de assinantes em mais de uma década, ao mesmo tempo em que se compromete a fazer uma série de mudanças em seus negócios para impedir um êxodo de clientes.
A Netflix foi negociada a US$ 212,51 em Nova York, estendendo sua queda este ano para 64% — tornando-se a ação com pior desempenho este ano nos índices de referência S&P 500 e Nasdaq 100. A Netflix tem um peso de 0,7% no Nasdaq 100 e 0,3% no S&P 500.
As ações estão a caminho de sua maior queda desde outubro de 2004 e agora valem menos de US$ 100 bilhões em valor de mercado. Mais cedo, analistas da Bloomberg previam uma perda de US$ 42 milhões em valor de mercado quando os papéis da empresa apresentavam uma queda de 27% no pré-mercado.
Na terça-feira (19), ao divulgar o balanço do último trimestre, a Netflix revelou uma perda de 200 mil assinantes da plataforma nos três primeiros meses do ano, a primeira vez que isso acontece desde 2011. Além disso, o serviço de streaming projetou que poderá encolher ainda mais, com a perda de dois milhões de clientes no segundo trimestre.
— Um grande problema com a Netflix é que é muito fácil você abandonar o serviço — disse Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell.
Os consumidores que sentirem o aperto da inflação estarão mais atentos às suas despesas e os serviços de streaming são uma maneira rápida de economizar dinheiro.
Em carta aos acionistas, a Netflix atribuiu a perda de assinantes a quatro fatores: desaceleração na adoção de banda larga e TVs inteligentes; compartilhamento de senhas entre residências, que a empresa acredita ser responsável por mais de 100 milhões de espectadores não pagantes; aumento da concorrência de TV a cabo e de transmissão tradicional e outros serviços de streaming emergentes; e fatores macroeconômicos como o aumento da inflação e a invasão da Ucrânia pela Rússia, à empresa a cancelar os serviços no país de Putin.
Segundo o jornal The Wall Street Journal, a Netflix estuda criar um modelo de assinaturas mais baratas com a exibição de publicidade juntamente com o conteúdo.
As ações da Netflix têm sofrido ultimamente, acumulando agora uma queda de 42% neste ano. As perdas superam em muito as perdas de 13% do índice Nasdaq 100, que reúne empresas de tecnologia, no período. Entre as empresas que compõem o índice, a Netflix tem a terceira pior performance do ano.