Internacional

Proposta de Le Pen de proibir véu em público levaria França a 'guerra civil', diz Macron

Candidatos se enfrentarão no segundo turno neste domingo (24)

Emmanuel Macron e Marine Le Pen - LUDOVIC MARIN / AFP

A proposta de Marine Le Pen, candidata de extrema direita à presidência da França, de proibir o véu islâmico em público levaria a uma "guerra civil", estimou nesta quarta-feira (20) seu adversário nas urnas, o presidente centrista Emmanuel Macron.

A candidata do Reagrupamento Nacional (RN) explicou durante o único debate televisionado antes do segundo turno, que será realizado no domingo (24), que aprovará essa medida como uma forma de lutar contra o islamismo na França.

"Você criará uma guerra civil se fizer isso", garantiu o atual presidente, depois que a ultradireitista classificou o véu como um "uniforme" do islamismo, ideologia que "ataca a igualdade entre homens e mulheres".

A quatro dias da eleição presidencial, Macron está 12 pontos à frente de Le Pen, segundo a última pesquisa de Ipsos/Sopra Steria. Em 2017, o centrista venceu a candidata da extrema direita com 66,1% dos votos.

A herdeira do Frente Nacional (FN) suavizou seu discurso durante a campanha, focando em questões como o poder aquisitivo, mas seu rival tentou ressuscitar sua imagem de radical.

"O que você propõe é uma traição ao espírito francês, está expulsando milhões de nossos compatriotas do espaço público", disse Macron, para quem "a laicidade não implica combater a religião".

A questão do véu é um assunto recorrente e explosivo na França. Esse país laico proíbe desde 2004 o uso de símbolos religiosos visíveis nas escolas e funcionários públicos estão submetidos ao princípio da "neutralidade".