Twitter confirma sua venda a Elon Musk por US$ 44 bilhões
A venda foi uma mudança dramática para o conselho, que originalmente manobrou para impedir Musk de comprar a rede
O Twitter confirmou nesta segunda-feira (25) que vendeu a plataforma para o empresário bilionário Elon Musk em um acordo avaliado em US$ 44 bilhões.
A venda foi uma mudança dramática para o conselho, que originalmente manobrou para impedir Musk de comprar a rede.
"A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento e o Twitter é a praça pública digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade", disse Musk em um comunicado conjunto anunciando a compra.
Elon Musk comprou o Twitter por 44 bilhões de dólares, anunciou nesta segunda-feira a rede social, após um acordo que avalia a ação da firma em 54,20 dólares.
O homem mais rico do mundo, fundador da Tesla e da SpaceX, torna-se, assim, dono da plataforma que considera “a praça pública digital onde se debatem questões vitais para o futuro da humanidade”, segundo o texto do anúncio.
Antes da confirmação da notícia, a negociação das ações do Twitter foi suspensa em Wall Street até que houvesse novidades. O papel era negociado em alta de mais de 5,5%.
A operação representou uma reviravolta dramática, depois que o Twitter anunciou, há 10 dias, que preparava uma manobra conhecida como "pílula envenenada" para dificultar a oferta de aquisição (OPA) hostil de Musk. Antes do anúncio, Musk tuitou: "Espero que até meus piores críticos permaneçam no Twitter, porque é isso que liberdade de expressão significa".
Musk disse na semana passada que havia conseguido 46,5 bilhões de dólares para realizar a compra, graças a dois empréstimos bancários do Morgan Stanley e à sua fortuna pessoal, com uma contribuição de 21 bilhões. Ele também considerou a possibilidade de realizar uma OPA hostil diretamente por meio dos acionistas, para driblar o então relutante conselho de administração.
Reunião no domingo (24)
Segundo a imprensa, o conselho de administração do Twitter se reuniu neste domingo (24) para analisar a proposta do multimilionário, que já havia comprado pouco mais de 9% do capital da empresa. Na última sexta-feira, o empresário, de origem sul-africana, reuniu-se com vários acionistas por videochamada, para defender a sua oferta de compra.
Pouco depois de entrar no capital do grupo, o excêntrico fundador da Tesla foi convidado a integrar o conselho de administração da empresa, mas recusou a oferta.
Com mais de 82 milhões de seguidores, o homem mais rico do mundo usa sua conta no Twitter quase que diariamente para dar notícias sobre suas empresas, fazer piadas e lançar provocações. Musk prometeu transformar a rede social para convertê-la "na plataforma da liberdade de expressão em todo o mundo".
O grupo progressista Media Matters for America advertiu que o ex-presidente Donald Trump, suspenso do Twitter no ano passado, depois que apoiadores seus invadiram o Capitólio, pode retornar à rede se a compra de Musk for aprovada. "Qualquer negociação para vender o Twitter a Musk deveria incluir mecanismos claros e vinculantes para defender e manter os atuais padrões da comunidade" da rede social, "incluindo a expulsão daqueles que violam esses padrões", havia dito o presidente desse grupo, Angelo Carusone.
Musk também poderia tentar tornar o Twitter mais lucrativo e aumentar o número de usuários da rede. Ele já sugeriu mudanças na fórmula de assinatura paga da rede social Twitter Blue.
O grupo de São Francisco divulgará seus resultados trimestrais na quinta-feira, antes da abertura de Wall Street.