Sete pessoas são baleadas em saidinha de banco no Centro do Rio
Os disparos aconteceram após militar da Marinha ter reagido
Uma saidinha de banco na Rua Visconde de Inhaúma, no Centro do Rio, assustou a quem passava por lá no início da tarde desta segunda-feira: terminou com troca de tiros e sete baleados. Um sargento da Marinha reagiu a um assalto, segundo a Secretaria de Governo no RJ. Um dos baleados foi socorrido por um colega de trabalho em um carrinho de compras. No local, foi apreendido um revólver 38 milímetros e um dos assaltantes fugiu de moto.
Um suspeitos de envolvimento no crime e na troca de tiros foi preso e será autuado em flagrante por tentativa de latrocínio. O caso é investigado pela Polícia Civil preliminarmente como tentativa de roubo seguida de morte.
Comerciantes e funcionários de prédios da Rua Visconde de Inhaúma, no Centro, relataram que os tiros começaram por volta das 13h.
Testemunhas relatam que foram ouvidos mais de dez tiros no local da ocorrência, em frente ao Banco do Brasil da Visconde de Inhaúma, número 74.
— Foram cinco tiros e um pegou num vendedor de gelo que passava de bike na hora — foi um dos relatos nas redes sociais.
Entre os baleados está Tarcísio Ribeiro, de 23 anos, que trabalha num depósito de bebidas em frente ao ponto em que o tiroteio ocorreu. Ele foi levado ao Hospital Souza Aguiar por seu colega, Fabrício Rodrigues, num carrinho de mercadorias. Tarcísio foi baleado na perna. O carrinho em que o trabalhador foi carregado ficou com vestígios de sangue.
— A bala entrou inteira na perna dele — relata. — Eu não vi nada, só ouvi. Todo mundo saiu correndo, aterrorizado.
As vítimas foram levadas para a emergência de traumo-ortopedia do Hospital Municipal Souza Aguiar e, de acordo com a Secretaria municipal de Saúde, o estado delas é estável.
De acordo com um camelô que trabalha em frente ao banco, que preferiu não se identificar, dois criminosos participaram da ação, com auxílio de uma moto. Um deles abordou um homem, que seria oficial da Marinha, na saída do estabelecimento.
A vítima do crime, que também estava armada, teria revidado, dando início ao tiroteio. O oficial teria sido baleado na mão, e o criminoso, na barriga. Um operário que trabalhava em uma obra na pista, num ponto próximo ao banco, também teria sido atingido, de raspão, na cabeça.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o resgate a um dos baleados na ação. Nas imagens é possível ver que agentes do Segurança Presente auxiliaram no trabalho dos bombeiros. Muitos curiosos gravando vídeos também estavam na rua Visconde de Inhaúma.
Por conta do horário de almoço, o local — localizado a cerca de 400 metros do Primeiro Distrito Naval, da Marinha — estava muito movimentado. Segundo o Corpo de Bombeiros, entre os atingidos, está um idoso de 74 anos.
— Centro cheio, horário de almoço. O que se diz é que foi tentativa de assalto na saída do Bradesco da (Rua) Visconde de Inhaúma — disse uma usuária no Twitter.
A Secretaria de Governo do RJ, responsável pelo programa Segurança Presente, informa que a operação "Centro Presente apreendeu um revólver calibre 38 com o assaltante" e que um outro criminoso, envolvido na ação, conseguiu fugir de moto.
Há uma semana, um militar da Marinha também esteve envolvido em um caso de violência. O suboficial Fábio Rafael Lima da Costa, de 41 anos, foi executado no Elevado Paulo de Frontin, no Rio Comprido, também na região central da cidade.
Ele foi baleado ao ser abordado por um assaltante e morreu na entrada do Túnel Rebouças, no sentido Zona Sul. Atingido por ao menos três tiros disparados pelo assaltante, o militar, que estava em uma moto, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Um PM reformado também ficou ferido sem gravidade na ação.
Um dos suspeitos de envolvimento no crime e na troca de tiros foi preso e será autuado em flagrante por tentativa de latrocínio. Sete pessoas, incluindo o sargento da Marinha que reagiu ao assalto, foram baleadas e encaminhadas a um hospital. As investigações estão em andamento para esclarecer a origem dos disparos que atingiram as vítimas.
O sargento da Marinha deixou a delegacia por volta das 18h40 desta segunda, após cerca de duas horas de depoimento. Antes de ir embora, falou rapidamente com a reportagem.
— A bala ainda está no meu braço. Estou indo fazer vários procedimentos — disse.
Em depoimento à Polícia Civil, um agente do Segurança Presente que socorreu os envolvidos disse que, ao chegar à cena do crime, por volta das 13h10, se deparou com dois homens baleados. Um homem identificado como um dos assaltantes estava caído no meio-fio entre dois carros, ferido nas costas. Já o oficial da Marinha se abrigava num prédio, com um tiro na mão. Ainda segundo o policial, na troca de tiros entre os dois, outros cinco pedestres foram baleados. Um deles está internado no Hospital Quinta D'Or, na Zona Norte, após levar um tiro de raspão na cabeça. Todos os demais foram levados ao Hospital Souza Aguiar. Entre os feridos, há baleados no braço, na perna e no pé.
Um dos baleados, Tarcísio Ribeiro, de 23 anos, foi baleado enquanto tantava escapar do tiroteio.
— Fiquei com medo. Na hora do tiroteio, fui tentar correr daqui até ali. Foi nessa hora que eu fui baleado. Logo em seguida, meu colega me socorreu e me levou para o hospital — disse Tarcísio ao sair da delegacia após cerca de uma hora de depoimento.