BRASIL

Mourão diz que é preciso "manter a calma" na relação entre Poderes

Ao comentar embates com STF, vice-presidente disse que todos desejam 'tranquilidade'

Vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão - Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira (27) que o governo deve manter a "calma" na relação com outros Poderes, para evitar "evitar que coisas pequenas se transformem em um tsunami". Mourão fez a declaração ao comentar embates recentes com o Supremo Tribunal Federal (STF).

— Temos que manter a calma. Vamos evitar que coisas pequenas se transformem em um tsunami — disse o vice-presidente, ao chegar no Palácio do Planalto.

Questionado sobre o que seria o "tsunami", Mourão respondeu:

— Tsunami é continuar esse bate-boca, mensagem para lá, mensagem para cá. Isso não é bom para o país. Vamos manter a tranquilidade, que é o que todo mundo deseja.

O vice-presidente foi perguntado inicialmente sobre o indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF. Ele respondeu citando sua experiência no Exército como oficial de artilharia.
 

— O artilheiro se destaca pela calma incrível diante ante o perigo cheio de inquietude. A gente tem que ter calma nessa hora. Só isso.

Questionado sobre se o governo estaria "calmo", ele disse que sim:

— Sim. O governo está calmo. Tudo tranquilo. Cada um cumprindo o que tem que fazer. Nessa questão, o presidente agiu dentro daquilo que a Constituição lhe dá a discricionariedade para realizar.

Em relação à declaração do ministro do STF Luís Roberto Barroso de que as Forças Armadas estariam sendo 'orientadas para atacar" o processo eleitoral, Mourão disse considerar o assunto "virado".

Na segunda-feira, o vice-presidente já havia dito que a fala foi "indevida". A declaração também foi rebatida pelo Ministério da Defesa.

— Esse assunto já considero virado. O ministro Barroso fez a observação dele, houve a resposta do Ministério da Defesa. Apenas comentei. As Forças Armadas não estão metidas nessa questão aí, estão fora, não tem ninguém se pronunciando. E o ministro sabe da minha posição.