Investidor bilionário pagou R$ 12 milhões a modelo russa para visto britânico
Cofundador da gigante de private equity Apollo Global, ele concordou em transferir uma quantia milionária à modelo em 2015
O bilionário investidor americano Leon Black pagou à sua ex-amante, a modelo russa Guzel Ganieva, 2 milhões de libras - mais de R$ 12 milhões - por um "Golden Visa" (visto dourado, em tradução) no Reino Unido.
O financista apresentou a mulher a um advogado para discutir o pedido na esperança de que ela comece uma nova vida longe de sua casa em Nova York, segundo o jornal Financial Times.
Cofundador da gigante de private equity Apollo Global, ele concordou em transferir uma quantia milionária a Ganieva em 2015 após a modelo começar a extorqui-lo com ameaças de tornar público o relacionamento deles. O dinheiro deveria ser usado para "obter status legal no Reino Unido", de acordo com documentos legais. Não se sabe, no entanto, o que a russa fez com o montante.
O affair de Ganieva com Black veio à tona em março, quando ela escreveu em suas redes sociais que havia sido "intimidada, manipulada, ameaçada e coagida" a assinar um acordo de não divulgação (conhecido como NDA, de Non Disclosure Agreement).
Segundo o Financial Times, a modelo processou o bilionário sob acusação de abusar dela durante o relacionamento e depois manchar sua reputação ao afirmar que ela o extorquia. Os advogados de Black disseram que a relação entre os dois, iniciada em 2008 enquanto o investidor ainda estava casado, era "casual, episódica e completamente consensual".
Na ocasião, Black bancava um apartamento para a amante em Nova York e deu cerca de US$ 1 milhão a ela. Ganieva se mudara para os Estados Unidos com o intuito de alavancar sua carreira no mercado da moda.
O financista acusava Ganieva de extorsão a partir de 2015, quando ela ameaçou expor o caso dos dois e arruinar sua vida pessoal e seus negócios, se ele não aceitasse suas condições. De acordo com os advogados, o bilionário chegou a oferecer um acordo de US$ 18 milhões. Ele também afirmou que a russa conspirou com advogados e empresários abastados para divulgar notícias falsas sobre alegações de estupro com intuito de expulsá-lo da Apollo.
Black deixou o cargo de executivo-chefe da Apollo no ano passado após divulgação que ele havia pagado cerca de US$v 158 milhões ao pedófilo Jeffrey Epstein, condenado por abuso sexual, por consultoria tributária e outros serviços.
Ganieva mora em Manhattan e, conforme advogados de Black, "aparentemente não tem emprego remunerado há pelo menos uma década". O tipo de visto britânico para o qual ela aplicaria foi abolido pelo governo do Reino Unido em fevereiro após considerar que dava oportunidade para elites corruptas acessarem o país. Até então, a residência estava disponível para estrangeros que tinham pelo menos 2 milhões de libras e pretendiam investir em títulos britânicos ou outros ativos.