Oi vende TV por assinatura para Sky e lança nova marca
Fim do processo de recuperação judicial da empresa está marcado para o fim de maio
A Oi anunciou o início do processo de venda de seu último grande ativo: a base de clientes de TV por assinatura via satélite para a Sky. O negócio é estimado em cerca de R$ 20 milhões, bem inferior aos R$ 15,92 bilhões acertados com a venda da operação de telefonia móvel para as rivais Claro, Vivo e TIM.
A Oi tem 1,146 milhão de clientes de TV, de acordo com o balanço financeiro do primeiro trimestre deste ano. Esse contingente vai se somar aos 38,5 milhões de clientes móveis que eram da Oi e estão migrando para as rivais.
Assim que esses dois negócios forem concluídos, a companhia carioca vai ter apenas 26% dos clientes que tinha antes da venda dessas operações, ficando com 14,091 milhões entre usuários de telefone fixo e internet banda larga .
De acordo com a Oi, o negócio de TV envolve ainda a utilização e operação da infraestrutura de IPTV da Oi. Segundo a operadora, a venda segue a estratégia acordada com os credores por conta do processo de recuperação judicial, que deve ser encerrado até o fim de maio. Em março, a 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio estendeu por mais dois meses o processo de conclusão da empresa.
Nesta sexta-feira, a tele carioca realiza assembleia geral ordinária e extraordinária para aprovar as contas do ano passado e fixar o volume de remuneração dos seus diretores.
Com a venda da Oi Móvel, a operadora lançou novamente uma nova marca. Desta vez, sai de cena o apresentador Marcos Mion (que se transformou no novo garoto-propaganda da TIM). Quem assume o lugar é o influencer Whindersson Nunes, que já fazia campanhas desde 2015.
A ideia do novo posicionamento é retratar que agora a Oi tem apenas o serviço de internet. "O projeto resultou na incorporação de novos elementos gráficos, representando a fibra", disse a companhia em comunicado.
A nova campanha reflete o principal ativo da Oi, a InfraCo, com mais de 400 mil quilômetros de fibra, que foi rebatizada de V.tal. Em 2021, a Oi vendeu parte dessa empresa para os fundos do BTG, que compraram 57,9% do capital social votante da companhia por R$ 12,9 bilhões. Mas o negócio ainda depende do aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Assim, a Oi passa a ter como principal serviço a internet banda larga fixa Oi Fibra, que já conta com mais de três milhões de clientes no país. Pelo novo desenho criado pela companhia, a Oi passa a ser uma cliente da V.tal, dona da infraestrutura de fibra óptica. A V.tal vai operar apenas no mercado de atacado, prestando serviço para outras operadoras.
Em entrevista recente ao Globo, Rodrigo Abreu, presidente da empresa, disse que a venda da Oi Móvel vai cobrir o pagamento integral da dívida com o BNDES, que é de R$ 4,7 bilhões, além de parte do pagamento de bancos locais e de bancos de fomento. Há ainda o pagamento de parte das dívidas que a empresa fez nos últimos dois anos para poder atravessar esse período, de cerca de R$ 12 bilhões, além do uso de recursos para a operação.
Pelas regras acordadas com Anatel e Cade, que regula a concorrência no país, o processo de transição dos clientes móveis da Oi vai durar cerca de doze meses. Já os recursos do BTG só serão liberados após a aprovação da Anatel, segundo fontes.