Líder norte-coreano alerta para uso "preventivo" de armas nucleares
Pyongyang deve continuar construindo o próprio arsenal para ter "musculatura militar esmagadora que nenhuma força no mundo possa provocar", disse Kim Jong Un
O líder norte-coreano Kim Jong Un advertiu que Pyongyang pode usar de maneira "preventiva" suas armas nucleares contra forças hostis, informou neste sábado a imprensa estatal.
Kim disse a comandantes militares que, para "manter a superioridade absoluta" das Forças Armadas norte-coreanas, o país deve ter a possibilidade de "conter e frustrar todas as tentativas perigosas e ações ameaçadoras (...) de necessário", informou a agência oficial de notícias KCNA.
Pyongyang deve continuar construindo o próprio arsenal para ter "musculatura militar esmagadora que nenhuma força no mundo possa provocar", acrescentou.
Os comentários foram feitos poucos dias depois de um desfile militar, em 25 de abril, quando Kim afirmou que poderia usar o arsenal nuclear caso o país considere seus "interesses fundamentais" ameaçados.
Kim se reuniu com o comando militar para exaltar seu trabalho no desfile de segunda-feira, que celebrou o aniversário de 90 anos das Forças Armadas do país e exibiu mísseis balísticos intercontinentais (ICBM).
Apesar das sanções, a Coreia do Norte prossegue com o projeto de modernização militar, com uma série de testes de armas proibidas executados desde o início do ano, ao mesmo tempo que ignora as propostas dos Estados Unidos para negociações.
Pyongyang testou em março um ICBM de pleno alcance pela primeira vez desde 2017. E imagens de satélites mostraram atividade em uma área de testes nucleares.
A série de testes acontece no momento em que o presidente eleito da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, se prepara para assumir o poder. Ele prometeu adotar uma linha mais dura a respeito de Pyongyang.
Analistas dizem que as advertências de Kim indicam que não está aberto ao diálogo com o futuro governo de Seul.
"As declarações de Kim demonstram que não tem interesse em uma relação com o governo de Yoon na Coreia do Sul, nem em falar sobre desnuclearização com os Estados Unidos", afirmou Leif-Eric Easley, professor de Estudos Internacionais da Universidade Ewha de Seul.