BTS

Ministro da Cultura da Coreia do Sul defende serviço alternativo ao alistamento militar para o BTS

Jin, o integrante mais velho do grupo, completa 30 anos em dezembro e, pela lei atual, precisará se alistar às forças armadas do país

BTS, grupo de k-pop - Divulgação

O ministro sul-coreano Hwang Hee, da Cultura, Esportes e Turismo, mostrou seu apoio à aprovação da emenda à Lei do Serviço Militar, que propõe serviços alternativos ao alistamento — obrigatório a todos os homens — para artistas da cultura popular de grande renome mundial. A medida é vista como uma forma de contemplar o BTS por causa do impacto positivo que o grupo leva para a imagem do país, bem como pelos retornos econômicos que provoca. Em comunicado emitido nesta quarta-feira, Hwang Hee reforçou o lado de quem defende a implementação do novo sistema, cobrando uma decisão favorável da Assembleia Nacional "o mais rápido possível”.

“Recentemente, as performances de artistas da cultura pop coreana são deslumbrantes. Os artistas espalharam a onda coreana pelo mundo, contribuindo para a ascensão da Coreia como um país com alto poder cultural”, afirmou Hwang Lee.

Segundo o Ministério da Cultura do país, "a cultura popular e a arte são a força motriz central da imparável Hallyu (onda cultural da Coreia do Sul)".

“Agora, precisamos estabelecer um sistema para a transferência (conceitual) de artistas da cultura pop para agentes de arte", declarou Hwang Hee.

Na Coreia do Sul, artistas de música clássica renomados já têm isenção no serviço militar obrigatório, com direito a cumprir deveres em seu campo de atuação. Se a emenda for aprovada, o grupo de K-pop BTS também receberia o benefício. Esportistas premiados internacionalmente também são isentos de se alistar às forças armadas. Pela lei atual, entretanto, o cantor Jin, integrante mais velho do BTS, deverá se alistar em dezembro, quando completa 30 anos. Por isso, há urgência no pedido do ministro.

"A cultura popular e as conquistas dos artistas na promoção do prestígio nacional são claras e suas habilidades estão no auge", explicou Hwang Hee.

Para o ministro, caso a emenda favorável aos artistas pop não seja aprovada, a Coreia do Sul passaria a ideia de ser um país dividido que não protege seus recursos culturais. Ele definiu essa situação como "uma perda cultural para toda a humanidade em termos da interrupção das atividades de artistas de classe mundial".

Além disso, "o K-pop, em particular, continua a marcar a história da música popular, continuando seu sucesso mundial de bilheteria". O ministro então citou dados relacionados ao BTS, de amplo alcance internacional, incluindo prêmios, que, por um único show, pode causar um efeito de 1,2 trilhão de wones (R$ 4,7 bilhões) na economia sul-coreana, mostrando o "efeito cascata cultural que ressoa no mundo".

Além disso, uma estimativa do Instituto de Pesquisa da Hyundai, divulgada em 2018, indicou que o BTS gerou um efeito econômico de 4,14 trilhões de wones (R$ 16,4 bilhões) para a economia sul-coreana anualmente.

Em meio ao debate na sociedade sul-coreana a respeito da aprovação ou não da emenda, Hwang Hee disse ter sentido a necessidade de ser uma voz favorável aos artistas pop.

"Como Ministro da Cultura, Esportes e Turismo, estou convencido de que é necessário um apoio mais ativo para aumentar a força de nossa cultura", destacou.

Os membros do BTS já comentaram sobre o serviço obrigatório e disseram que veem com naturalidade cumpri-lo.

"Como um coreano, isso é natural, e um dia, quando o dever chamar, estaremos prontos para responder e dar o nosso melhor" disse Jin, em entrevista à "CBS" em abril de 2019.

No último mês, quando o BTS realizou quatro shows no Allegiant Stadium, em Las Vegas, nos EUA, a agência Hybe, que gerencia o grupo, pediu uma posição dos legisladores na Coreia do Sul a respeito da isenção do serviço militar.

"É verdade que estamos cautelosos ao falar sobre isso porque sabemos o quão importante é a questão do serviço militar na Coreia", disse o diretor de operações Lee Jin Hyung. "Esperamos que uma decisão seja alcançada sobre a alteração da Lei do Serviço Militar o mais rápido possível".