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Mesbla de volta: "Ideia é ser uma verdadeira loja de departamentos dentro do e-commerce", diz sócio

Após 23 anos, a icônica loja de departamentos retorna apenas na versão on-line, como marketplace

Site da Mesbla - reprodução

O Brasil está vivendo uma espécie de déjà-vu. Além da maior inflação desde 1994, voltam a novela Pantanal, a rede social Orkut e agora a Mesbla. Depois de 23 anos, a icônica loja de departamentos retorna apenas na versão on-line, como marketplace, onde venderá mais de 250 mil tipos de produtos de 250 categorias, como roupas, móveis e eletrodomésticos.

A volta, anunciada atravésde vagões de metrô envelopados no Rio, causou frisson nas redes sociais, ondemuitos internautas relataram suas memórias referentes à loja em décadaspassadas e memes sobre o retorno de mais um símbolo dos anos 1980 e 1990. Entre as próximas ações de marketing previstas, a empresa vai dar cupons de descontos.  

A nova plataforma está sendo aportada pelo ex-funcionário da Mesbla com 15 anos de carreira em logística no varejo Marcel Jeronimo Viana e pelo advogado com experiência no comércio Ricardo Viana. Sócios e irmãos, investiram cercade R$ 500 mil na plataforma e compraram o direito e a licença para utilizar onome, a marca e a identidade visual no meio digital da loja.

Ricardo ressalta que ocontrato é para marca on-line e, por isso, hoje não há planos de lojasfísicas nem ligação com os imóveis do grupo. A Mesbla chegou a ter 180 pontos de venda e depósitos espalhados pelo país.

Inaugurada em 1912 no centro do Rio, a rede sustentou otítulo de maior varejista do país nas primeiras décadas no século passado.Vendia de quase tudo. O slogan era: “Só não vendia caixões funerários, que são para os mortos, porque para os vivos tinham todas as mercadorias, de agulha a aviões". Em 1999, porém, faliu.

No Recife, a loja ficava na avenida Conde da Boa Vista, no Centro da capital pernambucana, onde hoje fica a Richuelo.

A proposta, segundo os sócios é retornar o mais próximo possível deste conceito, de itens pequenos a grandes, só que no espaço digital.

— Vai depender do que cada seller (lojista) tem a oferecer. A ideia é ser uma verdadeira loja de departamentos dentro do e-commerce. A abrangência será nacional tanto para os sellers disponibilizarem seus produtos como para as entregas — explica Ricardo.

Segundo ele, as marcas âncoras ainda não estão na loja virtual. — Estamos em negociação com várias marcas, mas hoje ainda não resgatou nenhuma destas marcas no nosso marketplace.  

Para ele, a nome da marca tem força e vem para concorrer comas grandes players e não se intimida com as gigantes asiáticas que vem ganhando espaço no Brasil e dando uma certa dor de cabeça aos varejistas brasileiros:

— Existe essa concorrência, sim. E são produtos que muitas vezes são vendidos ao consumidor sem nenhumcusto de importação, que pode em alguns casos se tornar uma concorrência desleal. Claro que precisa ser regulamentado, mas a gente acha que tem mercado para todos. As empresas nacionais já são grandes players e nós temos nosso espaço do lado deles.

De acordo com os irmãos, além do momento oportuno do mercadodigital em expansão, cujo crescimento de 2020 para 2020 foi de 26,9%, e a força da marca, a família tem uma história antiga com a Mesbla.

— Nossopai foi o funcionário mais antigo da empresa, foi o seu primeiro e únicoemprego. Ele conheceu a minha mãe lá e casou-se com ela. Meu primeiro empregotambém foi lá —  conta Marcel, de 48 anos.

Ele acrescenta: — Quando surgiu aoportunidade, quando pensamos em criar um negócio, a Mesbla estava na nossamente.