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De Lula a Getúlio Vargas, relembre políticos brasileiros que já foram capa da revista Time

Ex-presidentes como Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros já estamparam revista.

Lula na capa da revista Time - reprodução

A presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na capa da revista Time para a segunda quinzena de maio, divulgada nesta quarta-feira, retomou aparições de políticos brasileiros como destaque na publicação norte-americana.

Antes de Lula, que busca retornar à Presidência nas eleições deste ano, presidentes como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros já estamparam a revista. A Time também já incluiu o próprio Lula, duas vezes, o presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-juiz Sergio Moro em sua lista anual de pessoas mais influentes do mundo.

No acervo de capas da Time, que reúne todas as capas da edição principal da revista desde seu lançamento, em 1923, a primeira aparição de um brasileiro data de janeiro de 1929. Foi com o herpetólogo Afrânio do Amaral, ex-diretor do Instituto Butantan, numa reportagem que tratava sobre sua pesquisa com venenos de serpentes.

Em junho de 1930, o presidente eleito Julio Prestes estampou a capa da Time em meio a uma viagem aos Estados Unidos para um encontro com o então presidente americano, Herbert Hoover, logo após uma eleição marcada por tensões políticas. Prestes acabaria não tomando posse por conta da Revolução de 30, que eclodiu meses depois, em outubro de 1930, liderada por Getúlio Vargas. Vargas foi capa da Time na edição de agosto de 1940.

Depois de Vargas, outros três presidentes brasileiros foram capa da Time: Café Filho, em dezembro de 1954; Juscelino Kubitschek, em fevereiro de 1956; e Jânio Quadros, em junho de 1961. Em abril de 1967, a revista estampou em sua capa o general Artur Costa e Silva, segundo presidente do regime militar.

A publicação norte-americana também deu destaque na capa para o diplomata Osvaldo Aranha, ex-ministro das Relações Exteriores no governo Vargas e ex-presidente da Assembleia Geral da ONU. Aranha apareceu na capa da Time na edição de janeiro de 1942.

Outros brasileiros, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o jogador de futebol Neymar, já apareceram na capa de edições regionais da Time.

Já a lista anual de 100 pessoas mais influentes do mundo, publicada pela Time nas últimas duas décadas, trouxe uma presença mais frequente de brasileiros. Lula apareceu duas vezes na lista: em 2004, no meio de seu primeiro mandato, quando foi descrito como um "populista pragmático", e em 2010, quando se preparava para deixar a presidência. Os textos destacaram o fato de Lula ter vivido uma infância em meio a limitações financeiras e a expansão de benefícios sociais e da geração de renda em seu governo.

Sucessora de Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff entrou na lista de pessoas mais influentes por dois anos consecutivos, em 2011 e 2012, no início de seu mandato. À época, os textos publicados pela revista destacaram o fato de ser a primeira mulher a se eleger presidente do Brasil e sobre o desafio de superar a desigualdade social no país.

Em 2017, o então juiz Sergio Moro figurou na lista da Time por seu trabalho à frente da Operação Lava-Jato. A publicação apontou o alcance das denúncias que haviam surgido com a Lava-Jato e a possibilidade de "talvez mudar uma cultura de corrupção que há muito atrapalha o progresso de seu país".

Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro apareceu na lista de pessoas mais influentes em um texto que destacou, por um lado, a promessa de seu governo de promover reformas econômicas, como a reforma da Previdência; e, por outro, a postura de Bolsonaro na contramão da agenda global do clima e seus discursos em prol de uma "guerra cultural", caracterizando-o como "garoto-propaganda de uma masculinidade tóxica" e "ultraconservador homofóbico".

Em 2021, Bolsonaro foi o mais votado numa enquete popular aberta pela revista para indicar a "personalidade do ano", feito alardeado por bolsonaristas -- que promoveram uma campanha silenciosa para votar no presidente. A escolha definitiva, contudo, feita pelo corpo editorial da revista, deu o posto de personalidade do ano ao bilionário Elon Musk.