Bolsonaro diz temer prolongamento da guerra na Ucrânia por trazer mais inflação
O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quarta-feira (4), temer o prolongamento da guerra na Ucrânia, uma vez que isso impacta o preço dos combustíveis e pode trazer mais inflação ao Brasil.
No mês passado, puxada pelo aumento nos preços dos combustíveis e alimentos, a prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA-15, acelerou para 1,73%, acima da taxa de março (0,95%).
É a maior alta desde fevereiro de 2003 (2,19%) e a maior para um mês de abril desde 1995, quando o índice foi de 1,95%. Com o resultado, o IPCA-15 acumula alta de 4,31% no ano. Em 12 meses, chegou a 12,03%, a maior taxa desde novembro de 2003, quando foi 12,69%.
— O que nós tememos obviamente é o prolongamento dessa guerra que sinaliza com mais inflação para o mundo, e vem da energia, vem dos combustíveis. Eu peço a todos cada vez mais resiliência, cada vez mais garra, determinação, porque isso que se abateu sobre o mundo todo e também o nosso Brasil vai deixar de nos influenciar negativamente de forma bastante breve e nós possamos então voltar à nossa normalidade — disse Bolsonaro em almoço com integrantes da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Bolsonaro visitou a Rússia em fevereiro, antes de o país invadir a Ucrânia. Na época, já havia a expectativa de uma iminente invasão, e o próprio Bolsonaro disse que era solidário à Rússia. A visita gerou críticas dentro e fora do Brasil, como por exemplo do governo dos Estados Unidos. O governo brasileiro se justificou, entre outras coisas, alegando que era preciso negociar o fornecimentos de fertilizantes, que o Brasil importa da Rússia e são importantes para o agronegócio.
Nesta quarta-feira, no almoço, Bolsonaro lembrou que esteve "há pouco" na Rússia e que agora conseguiu garantir o fornecimento de fertilizantes.