ELEIÇÕES 2022

Candidato de Bolsonaro em SP, Tarcísio diz que ataques ao STF são "defesa" do presidente

Ex-ministro da Infraestrutura chamou indulto dado ao deputado Daniel Silveira, condenado pelo Supremo, de "remédio constitucional"

Ex-ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e presidente Jair Bolsonaro - Alan Santos/PR

Ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas afirmou nesta quinta-feira que as ofensivas do presidente Jair Bolsonaro contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o sistema eleitoral são, na verdade, "defesa" interpretada como ataques. Ele chamou o indulto dado ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) de "remédio constitucional".

Tarcísio havia sido perguntado, durante sabatina promovida pela "Folha de S.Paulo" e pelo portal "UOL", se concordava com as declarações do presidente contra o Supremo. Nos últimos dias, Bolsonaro participou de manifestação em Brasília com presença de mensagens e faixas pedindo intervenção militar e com ataques à Corte, e solenidade no Palácio do Planalto em apoio a Silveira, condenado à prisão pelo Tribunal.

"Muitas vezes ele se defende, e aí às vezes a defesa é considerada um ataque. Muita gente criticou o presidente pela graça concedida ao Daniel Silveira. E o que ele fez? Nada mais do que usar um remédio constitucional, outorgado ao presidente da República", declarou.

Tarcísio se referiu ao decreto editado pelo presidente concecendo indulto a Silveira, condenado a oito anos e nove meses de prisão, além da perda do mandato e dos direitos políticos, por ameaças e incitação à violência contra ministros do STF. Encarada como uma afronta inédita, a decisão levou a uma escalada na crise entre Executivo e Judiciário. Mesmo assim, o ex-ministro disse não ver anormalidade nesse episódio.

"Eu entendo que acirramentos na democracia são comuns. Tem momentos de estressamento, de maior tensão, e logo depois tem um período de volta à calma, ao diálogo. Faz parte da essência democrática. Entendo que a gente tem que respeitar a harmonia e a independência dos Poderes, e isso tem que ser praticado e exercido por todos. Cada um tem o seu papel".