Bolívia e Venezuela rejeitam exclusões da Cúpula das Américas pelos EUA
Os EUA não convidarão Cuba, Nicarágua e Venezuela para a próxima Cúpula das Américas
Os chanceleres boliviano e venezuelano rejeitaram nesta quinta-feira (5) em La Paz que os Estados Unidos tenham decidido excluir Venezuela, Cuba e Nicarágua da Cúpula das Américas, que será realizada em junho em Los Angeles.
"O que estamos denunciando aqui ou insistindo em denunciar é que devemos evitar que se exclua qualquer país da participação em uma Cúpula que é de todas as Américas", afirmou o chefe da diplomacia venezuelana, Félix Plasencia, durante uma coletiva de imprensa em La Paz com seu contraparte boliviano, Rogelio Mayta.
"Pareceria anacrônico pensar na possibilidade de celebrar uma Cúpula das Américas, onde se exclua a participação de alguns membros desta região", disse Mayta.
Os Estados Unidos não vão convidar Cuba, Nicarágua e Venezuela para a próxima Cúpula das Américas, disse em Washington na segunda-feira o chefe da diplomacia americana para a região, Brian Nichols.
"Cuba, Nicarágua e o regime de (Nicolás) Maduro não respeitam a Carta Democrática das Américas e, portanto, não espero sua presença", declarou Nichols.
Mayta afirmou que uma cúpula "com alguma exclusão" vai afetar o multilateralismo no continente.
O chanceler venezuelano agradeceu, ainda, ao presidente boliviano, Luis Arce, por criticar a decisão americana contra três países com governos de esquerda aliados da Bolívia.
"Não há razão alguma que justifique a exclusão dos povos e das vozes na nossa América", escreveu Arce na quarta-feira, ao exortar "que todos os países da América sejam convidados para a Cúpula" de Los Angeles.
Na semana passada, Cuba denunciou que os Estados Unidos a excluíram dos preparativos para a cúpula e qualificaram de "retrocesso histórico" do governo de Joe Biden.
A ilha participou pela primeira vez em uma Cúpula das Américas em 2015 no Panamá no âmbito do processo de aproximação entre Estados Unidos e Cuba impulsionado pelos então presidentes Barack Obama e Raúl Castro.