Após nível recorde, preços mundiais dos alimentos caem em abril
Apesar da queda, os preços permanecem em níveis elevados, devido à guerra na Ucrânia, de acordo com a ONU
Os preços mundiais dos alimentos registraram leve queda em abril, após atingirem um nível recorde em março, mas permanecem em níveis elevados, devido à guerra na Ucrânia - anunciou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) nesta sexta-feira (6).
Um "modesto declínio nos preços do óleo vegetal e dos cereais" fez o Índice de Preços dos Alimentos da FAO, que acompanha a variação mensal dos preços internacionais de uma cesta básica, caísse 0,8% em relação a março.
A queda de 5,7% no Índice de Óleos Vegetais da FAO em abril reduziu a média. Os preços se mantêm, porém, em um nível historicamente alto, devido à "incerteza sobre os fornecimentos exportáveis" de óleo de palma da Indonésia, o maior exportador mundial.
Desde que o governo indonésio anunciou um embargo há dez dias, o preço do óleo mais consumido no mundo subiu quase 14%.
O Índice de Cereais da FAO caiu ligeiramente em abril, 0,7%, graças a um recuo de 3% nos preços mundiais do milho.
Os preços do trigo continuam sofrendo com o fechamento dos portos ucranianos e com as incertezas climáticas para a safra americana, o que se refletiu em uma alta de 0,2%.
"Esse leve declínio no índice é um alívio bem-vindo, especialmente para países de baixa renda, mas os preços dos alimentos permanecem próximos de suas recentes altas", disse o economista Máximo Torero Cullen, da FAO.
A Rede Mundial contra as Crises Alimentares, da qual a FAO faz parte junto com a União Europeia e o Programa Mundial de Alimentos (PMA), disse na quarta-feira (4) que quase 200 milhões de pessoas sofriam de insegurança alimentar aguda antes do início da guerra na Ucrânia.