Presidente da Petrobras diz que empresa vai seguir preços de mercado
José Mauro Coelho participou de call com analistas na manhã desta sexta-feira
O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, disse que a empresa vai continuar seguindo os preços de mercado como forma de gerar riqueza para a sociedade e evitar o desabastecimento.
O executivo participou da apresentação de resultados financeiros do primeiro trimestre deste ano que foi transmitida pela internet. Nesta quinta-feira (5), a estatal anunciou lucro líquido de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado representa uma alta de 3.718,4% em relação ao R$ 1,16 bilhão obtido no mesmo período do ano passado.
"Não é só preço do barril. É gestão responsável que tem sido feita nos últimos anos. Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado. É uma condição necessária para a geração de riqueza não só para a empresa, mas para toda a sociedade brasileira, fundamental para a atração de investimentos do país e para garantir o suprimento dos derivados que o Brasil precisa importar", disse ele.
Coelho lembrou ainda que o Brasil hoje é importador de vários derivados como diesel, GLP (gás de botijão), gasolina e querosene de aviação (QAV).
Pouco antes da divulgação do resultado, o presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas aos lucros da estatal, menos de um mês depois de ele trocar o comando da empresa.
A companhia informou ainda vai distribuir R$ 48,5 bilhões em dividendos a seus acionistas. Grande parte do valor se refere a antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2021, quando teve lucro recorde de R$ 106 bilhões.
O executivo lembrou, em sua apresentação, que a estatal vai seguir com o plano de negócios que já havia sido estabelecido pela empresa antes de sua chegada à estatal, mês passado:
"Seguiremos comprometidos e aderentes à estratégia delineada ao nosso plano estratégico".
Ele destacou a ênfase aos ativo do pré-sal. Em cinco anos, vão entrar em operação 13 das 15 plataformas previstas. Isso vai proporcionar aumento de produção em petróleo e gás, afirmou ele.
"Temos a perspectiva de aumento de 500 mil de barris de óleo equivalente (boe) em nossa produção nos próximos cinco anos".
Citou a continuidade na venda de ativos, com "ajuste de portfólio", com operações que geram menor retorno financeiro e com menor aderência ao planejamento estratégico. Lembrou também os acordos com o governo para se desfazer de refinarias e ativos de gás natural.
"Esses processos permitem que outras empresas desenvolvam outros recursos. Isso vai fortalecer a economia brasileira".
Entre os investimentos, Coelho afirmou que vai destinar US$ 7 bi em refino e gás natural nos próximos cinco anos com aumento de segurannça e eficiência energética.