ARGENTINA

Cristina Kirchner quer reconquistar confiança dos argentinos no governo

Cristina lamentou as consequências de a Argentina ter contraído uma dívida de cerca de 45 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional em 2018

Cristina Kirchner - Reprodução/Internet

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse que "há debates, e não brigas", dentro do governismo, mas reconheceu que a preocupa que o governo de Alberto Fernández perca "a confiança e esperança" de seus eleitores de 2019.

"Como fazemos para devolver às pessoas a esperança e os anseios? Esta é a minha maior preocupação e, também, meu maior sentimento de amargura, pela confiança que depositaram em nós. Acredito que não estamos honrando tanta confiança e esperança que depositaram em nós", comentou.

Cristina, que governou o país entre 2007 e 2015, foi declarada Doutora Honoris Causa da Universidade Nacional do Chaco Austral, em um ato que se tornou um grande comício transmitido por todos os canais de notícias devido ao interesse gerado por sua aparição pública em uma semana de tensão e troca de acusações dentro da coalizão de governo Frente de Todos (peronismo de centro-esquerda).

Apesar da recuperação econômica de 10,3% em 2021, após cair 9,9% no ano anterior, a pobreza atinge 37,2% dos argentinos.
 

Em sua conferência, a vice-presidente negou que as diferenças expressas publicamente entre os líderes alinhados a ela e aqueles que respondem ao presidente Fernández sejam brigas: "No Executivo, há um debate de ideias."

Cristina lamentou as consequências de a Argentina ter contraído uma dívida de cerca de 45 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional em 2018, durante o governo do liberal Mauricio Macri, refinanciada recentemente. "O Fundo exige uma desvalorização permanente acima do índice de preços ao consumidor e taxa de juros acima disso. Isso não resultará em crescimento, nem em queda da inflação", afirmou.

Em uma "economia bimonetária", como a argentina, "a escassez de dólares é a verdadeira causa do aumento dos preços", afirmou, descartando que a inflação possa ser atribuída atualmente à emissão monetária ou ao aumento dos salários.