É possível regular o sono dos bebês? Entenda por que isso acontece e veja algumas dicas

A ausência de um padrão nos horários do sono se deve ao fato de os bebês, até o terceiro mês de vida

Muitas coisas mudam com a chegada de um recém-nascido a uma casa. Dentre os principais impactos na rotina da mãe e do pai, a bagunça no horário do sono é um relato frequente. Embora sejam comuns os despertares noturnos, principalmente nos primeiros meses de vida, o sono é fundamental para o desenvolvimento da criança.

A ausência de um padrão nos horários do sono se deve ao fato de os bebês, até o terceiro mês de vida, não produzirem a melatonina — o hormônio que regula o sono —, conforme explica a neurocirurgiã pediátrica Amanda López. "Essa desregulação é normal e esperada. Aos poucos, o bebê vai amadurecendo neurologicamente e, associado à produção de melatonina, vai regulando o sono", pontuou a neuro.

Contudo, regular o sono não significa o fim dos despertares noturnos. Estes acontecem porque o sono, tanto o da criança como o do adulto também, possui um ciclo. Nos pequenos, esse ciclo dura, em média, 45 minutos. 

"É um despertar leve. Nós, adultos, também temos isso, mas a gente vira o corpo para lado, se cobre e volta a dormir, por exemplo. Já os bebês acordam e geralmente choram, e isso pode ser fome, frio, calor, cólica ou até mesmo por quererem a presença da mãe ou do pai", explicou Amanda.

Sono e desenvolvimento

Embora seja normal acordar durante a noite, o sono é fundamental para o desenvolvimento da criança, já que é neste período que o hormônio do crescimento é liberado.

"Se após os dois primeiros anos de vida o sono continuar inquieto, é bom avaliar com um pediatra. Porque uma criança que não dorme bem tende a ter mais ansiedade, além do impacto no crescimento", alertou López. 

Mas se a criança está crescendo, não é irritada e se desenvolve bem nos aspectos gerais, esses despertares são apenas fisiológicos para ela.

Ritual do sono

Como tudo na vida é questão de hábito, criar uma rotina do sono ajuda bastante na adequação da hora de dormir da criança. "Isso vai, aos poucos, fazendo a mente da criança entender que é hora de dormir", comenta Raquel Rodrigues, otorrinolaringologista e pós-graduada em medicina do sono.

"A rotina consiste em um banho, alimentar a criança, fazer uma massagem relaxante, diminuir os ruídos e apagar as luzes", completou.

A especialista alerta também que impedir sonecas diurnas não vai ajudar o bebê a dormir mais à noite. "Sem cochilar durante o dia, o bebê fica exausto e não dorme, ou seja, impedir a soneca causa o efeito inverso do esperado, além de deixar a criança irritada", finalizou Raquel.

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