Descancelados

Conheça cinco artistas que, ao menos por hora, venceram o cancelamento

Eles deram a volta por cima

Karol Conká - João Cotta/Globo

A rapper Karol Conká, o cantor Biel, o cineasta James Gunn, o comediante Louis C.K. e o ator Aziz Ansari têm uma experiência em comum. Todos foram cancelados e sobreviveram para contar o resto da história. Leia abaixo como cada um deles deu a volta por cima.

Karol Conká

Uma das maiores rappers do Brasil, Karol Conká entrou no “BBB 21” como favorita e saiu como a participante mais rejeitada da história do programa. Considerada arrogante e acusada de violência psicológica, recebeu 99,17% dos votos no seu paredão. Ao sair, descobriu que havia perdido contratos publicitários e contratos de shows.

Teve início então uma reconstrução pessoal e profissional. Após passar algumas semanas isolada, a curitibana, dona do hit “Tombei”, lançou um documentário sobre sua trajetória: “A vida depois do tombo.” Em seguida, chegou o primeiro single de uma nova fase, “Dilúvio”, acompanhado de uma mudança para um visual mais clean.

Em março deste ano, veio “Urucum”, um disco fruto da experiência de Karol no reality show. Ao longo de 11 faixas, ela expressa o sentimento pós-confinamento, o cancelamento via música. O show de estreia do novo álbum aconteceu em abril na casa de shows ÁudioSP, em São Paulo.

Em fevereiro, Karol teve o gosto de estrear no GNT um projeto que havia sido suspenso justamente durante sua polêmica passagem pelo “BBB”. Ela apresenta “Prazer, feminino”, sobre sexualidade da mulher, junto com Marcela McGowan (outra ex-BBB).

Biel

Em 2016, o cantor foi acusado de assédio sexual pela repórter Giulia Pereira, do portal iG. Durante uma entrevista, o cantor chamou a repórter de “gostosinha” e afirmou que a “quebraria no meio” caso tivesse relações sexuais com ela. Condenado a pagar cinco salários-mínimos a uma instituição de caridade para extinguir o processo, o músico de pop e funk teve contratos publicitários rompidos. Deixou o Brasil, mas não as polêmicas: morando nos Estados Unidos, foi acusado de agredir sua hoje ex-mulher, Duda Castro. A nova chance de Biel veio em 2020, ao participar do reality show “A Fazenda 12” (TV Record). Ele foi vice-campeão do programa vencido por Jojo Todynho, resultado que usou para voltar a fazer sucesso na música e nas redes. Atualmente casado com a cantora Tays Reis, espera o primeiro filho enquanto produz “conteúdos” na linha família.

James Gunn

Diretor dos dois primeiros filmes dos Guardiões da Galáxia, o americano preparava o terceiro filme dos heróis espaciais da Marvel quando, em 2018, grupos conservadores divulgaram tuítes com piadas politicamente incorretas que Gunn havia postado em 2013 e apagado posteriormente. Bastou para que ele rodasse na Marvel — e fosse imediatamente contratado pela concorrente Warner/DC, dirigindo “O esquadrão suicida” (2021). De volta à antiga empresa, ele agora trabalha em “Guardiões da Galáxia 3”.

Louis C.K.

O comediante foi cancelado no final de 2017, após denúncias, confirmadas por ele, de ter se masturbado diante de mulheres. Tendo contratos rompidos na TV, voltou aos palcos de stand-up. Em 2021, lançou de forma independente o confessional disco “Sincerely, Louis C.K.”, que venceu o Grammy de álbum de comédia mês passado.

Aziz Ansari

Em 2018, após o extinto site Babe.net publicar relato de uma mulher e sua acusação de assédio sexual contra o comediante (concluiu-se, depois, infundada), ele sumiu por um ano e meio e foi voltando aos poucos. Em 2019, lançou um especial de stand-up em que abordava o cancelamento, em 2021 estreou nova temporada de sua série “Master of none”e agora vai estrear como diretor com o filme “Being mortal”. Ou iria, poque as filmagens foram suspensas após acusações de “conduta imprópria” no set do ator Bill Murray.