"Diário das Frutas": parceria entre Bruno Albertim e Tereza Costa Rêgo ganha versão em livro

Livro da editora paulistana Primata, ganha lançamento nesta sexta-feira (13), na Casa Estação da Luz.

Capa do livro "Diário das Frutas" - Divulgação

Passeios pelo cancioneiro popular e pela literatura regionalista reforçam alguns ditos pelas bandas de cá, entre tantos, o de que “uma fruta no Nordeste jamais deve ser mordida, sempre chupada”.

E há pelo menos uma década o jornalista, antrópologo e curador Bruno Albertim incrementou a afirmativa e passou a escrever crônica acerca do assunto – para entender como frutas da região catalisam uma certa sensualidade antropológica à Região.

A publicação – na época incentivada pelo escritor Raimundo Carreiro no jornal literário Pernambuco - ganhou os olhos da artista e amiga de Albertim, a saudosa Tereza Costa Rêgo (1929-2020) que após indagar o autor se podia pintar seus textos, o fez, o que culminou na exposição “Diário das Frutas” e que, nesta sexta-feira (13), na Casa Estação da Luz, em Olinda, ganha lançamento em livro homônimo pela editora paulistana Primata. O valor do livro é de R$ 55.

 

 



“Quase caí para trás quando Tereza, a grande pintora épica e moderna pernambucana, se disse interessada em pintar motivada por textos meus”, ressalta Bruno. No livro – com prefácio da crítica e socióloga de arte Olívia Mindelô - estão reproduzidos pelo menos 12 quadros originais de Tereza, em diálogo com as crônicas. No contexto das imagens e dos textos, estão as frutas do repertório nordestino reverberadas em tom poético.

“Sem pecado, sem regionalismos, as frutas assumem papéis sociais e poéticos, não raro carregados de simbolismo e erotismo – embora outras questões estejam presentes. Sob a pele escorregadia do caju, entre as pontas estreladas da carambola ou perfurando o vermelho do jambo, o que temos é a força da vida, a criação e a imaginação brotando de tudo que é poro.

 

A sensualidade entre eles é sinônimo de vitalidade. Existe, assim, um encontro cheio de sede e suco. E é a respeito disso que falamos: sobre o que vai além do visível, a casca, precisa se chupado, nunca mordido, segundo a recomendação dada por Bruno em seu texto sobre o cajá”, pontua Mindelô.

Serviço
Lançamento do livro “Diário das Frutas” (Editora Primata) 

Sexta-feira (13), a partir das 18h30, na Estação da Luz (Rua Prudente de Moraes, 313, Carmos, Olinda)
Preço do livro: R$ 55