Inflação da feira: por que a cenoura e o tomate estão tão caros?
Disparada de preço este ano têm um vilão em comum: o preço do frete
Primeiro foram as carnes, que dispararam de preço no ano passado. Mas, em 2022, nem os veganos escaparam da alta da inflação. Frutas, legumes e verduras deram um salto, assustando o consumidor. A cenoura superou os R$ 12 por quilo, o tomate já é vendido a unidade em algumas feiras; deu a louca nos preços.
No resultado da inflação de abril, divulgado pelo IBGE na manhã desta quarta-feira, dos 20 itens que mais subiram este ano, nada menos do que 18 são legumes, tubérculos, hortaliças e frutas.
A cenoura é a líder inquestionável, com alta de 150%. Em seguida, vem o repolho (76%), a batata-inglesa e a abobrinha, ambas com 68%.
Mas por que, afinal, este ano ficou tudo tão mais caro? O que explica esse aumento?
Todos os anos, por causa das chuvas de verão, os preços dos chamados hortifrutigranjeiros ficam mais caros. O excesso de água prejudica as colheitas e, sazonalmente, encarece esses itens.
Mas, em 2022, a pressão ganhou um “combustível” extra: o forte aumento do diesel. Como o frete tem forte peso na composição desses preços, o reajuste do diesel encareceu, e muito, os produtos na feira.
O óleo diesel teve alta média de 19% este ano, segundo os dados do IBGE. E integra, assim, ao lado de 18 hortigranjeiros, a lista dos 20 produtos que mais encareceram em 2022.
E se as chuvas já deram trégua e a tendência, nos próximos meses, é de um alívio nos preços de frutas e legumes, a pressão do diesel não vai diminuir.
Por isso, dizem analistas, alguns itens podem até ficar mais baratos, mas não devem retomar ao patamar de preços visto no ano passado.