Corrida da F1 que Rubinho "entregou" para Schumacher completa 20 anos; relembre o episódio
Brasileiro deixou rival cruzar a linha de chegada na sua frente por ordem da Ferrari
A vitória controversa do alemão Michael Schumacher no Grande Prêmio da Áustria de 2002, que marcou a história do automobilismo, completa 20 anos nesta quinta-feira (12).
Na ocasião, uma ordem da escuderia Ferrari obrigou o brasileiro Rubens Barrichello a deixar o rival passar na sua frente e cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. A corrida seria a primeira vitória de Barrichello naquele ano, enquanto Schumacher liderava a competição, acumulando cinco vitórias em seis disputas.
O momento ficou marcado pela reação do jornalista Cléber Machado, que narrava a corrida na Globo. O misto de surpresa e decepção na voz do narrador deu origem a uma das frases mais icônicas da televisão brasileira.
"Eles vão para a última curva. Hoje não! hoje não… hoje sim. Hoje, sim? É inacreditável", reagiu Cléber Machado.
A decisão da escuderia gerou reações negativas do público. Sob vaias, Schumacher deixou Rubinho ocupar o primeiro lugar do pódio. Na transmissão, também é possível notar o olhar descontente do irmão do alemão, o ex-piloto Ralf Schumacher, que também disputava o GP.
A Ferrari foi punida com uma multa de US$ 1 milhão pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Em 2017, em entrevista a F1 Racing, um dos diretores da Ferrari em 2002, Ross Brawn, reconheceu que a decisão da escuderia foi um erro, e que Rubinho havia conquistado aquela vitória.
Segundo Barrichello, em entrevista concedida à revista Playboy 10 anos após a corrida, ele pretendia desobedecer às ordens da Ferrari, mas ouviu ameaças. “Eu não posso contar o que eles falaram, mas foi uma forma de ameaça que me fez refletir se eu teria de repensar a minha vida”, revelou