Economia

Americanas perdeu quase R$ 1 bi em vendas com hackers

Ataque sofrido pela varejista em fevereiro e que paralisou suas plataformas de 'e-commerce' afetou desempenho do 1º trimestre

Black Friday nas Lojas Americanas da Ruda do Hospício, no bairro da Boa vista, no Recife - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O ataque hacker sofrido pela Americanas em fevereiro deste ano resultou em uma perda de R$ 923 milhões em vendas, segundo o relatório de resultados divulgado nesta sexta-feira (13) pela varejista.

As perdas são citadas no item “incidente de segurança” ocorrido nos dias 19 e 20 de fevereiro, de acordo com a companhia, quando todos os ambientes de comércio eletrônico da Americanas ficaram inoperantes.

A instabilidade nas operações se arrastou por ao menos cinco dias, tirando do ar os sites de Americanas, Submarino e, na sequência, também de Sou Barato e Shoptime.

A rede física permaneceu operando, embora as entregas em curso naquele momento tenham ficado restritas aos pedidos feitos antes do incidente. Após a normalização das operações, no dia 24, a Americanas ampliou horários de atendimento ao cliente para normalizar processos e vendas. 

No relatório, a companhia informa que sua plataforma de e-commerce apresentou crescimento de 20% em volume de vendas no primeiro trimestre do ano —após alta de 89% em igual período de 2021 —apesar do incidente de segurança de fevereiro.

Admite, contudo, que o ataque hacker teve impacto negativo nesse desempenho. “Desconsiderando os efeitos do período de indisponibilidade do e-commerce, estimamos que o crescimento teria sido de 30%”, diz o documento.

Na época, o problema levantou preocupações entre os consumidores e usuários das plataformas digitais da Americanas, temendo vazamento de dados. A companhia voltou a afirmar que “não há evidências de outros danos”, além da suspensão do e-commerce, em razão do ataque hacker.

Pela importância do digital para a Americanas, a companhia reforçou ainda que fusões e aquisições integram sua estratégia de crescimento inorgânico.

Além do foco em empresas de alto potencial digital e que atuem em mercados considerados relevantes, dá sinais de avançar ainda mais na segurança pelo empenho em buscar também os chamados enablers (facilitadores, em tradução livre) para reforçar a infraestrutura e aumentar a capacidade das plataformas. Há interesse também em novas tecnologias e modelos de negócio.