Internacional

Biden restabelece presença de tropas norte-americanas na Somália, diz funcionário

As tropas teria sido enviadas para ajudar no combate ao grupo jihadista Al Shabaab, vinculado à Al-Qaeda

Presidente Biden ordenou o restabelecimento de tropas norte-americanas na Somália para ajudar as autoridades locais a combater o grupo jihadista Al Shabaab - Nicholas Kamm / AFP

O presidente Joe Biden ordenou o restabelecimento de tropas norte-americanas na Somália para ajudar as autoridades locais a combater o grupo jihadista Al Shabaab, vinculado à Al-Qaeda, afirmou um alto funcionário americano à imprensa.

Biden "aprovou um pedido do Departamento de Defesa para mobilizar forças norte-americanas na África Oriental com o objetivo de restabelecer uma pequena e constante presença militar estadunidense na Somália", disse o funcionário que pediu anonimato. Menos de 500 soldados estarão envolvidos, disse esta fonte.

"O presidente tomou esta decisão para aumentar a segurança e a eficácia de nossas forças especiais, que passaram mais de um ano, desde a decisão da administração anterior, entrando e saindo da Somália de forma intermitente para facilitar as operações antiterroristas", afirmou. 

O ex-presidente norte-americano Donald Trump havia ordenado em dezembro de 2020, perto do término de seu mandato, a retirada das tropas da Somália, e autorizou apenas missões pontuais.

Estas idas e vindas representaram uma perda de tempo e um risco para os soldados norte-americanos, ao ter que trazer seus equipamentos no início de cada missão e enviá-los de volta ao final.

O funcionário sugeriu que a decisão de Biden tinha mais a ver com a segurança das forças norte-americanas do que com a eleição no domingo do novo presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, após mais de um ano de postergações e crises políticas relacionadas a organização do pleito.

O apoio dos dirigentes somalis à cooperação dos EUA na luta contra os radicais islâmicos tem sido "constante" nos últimos anos, disse. "Temos cooperado com êxito com os somalis" apesar das mudanças de governo, "e estamos convencidos que o seguiremos fazendo com a nova administração".  

A decisão de restabelecer a presença militar "racionaliza o operativo irracional que herdamos", acrescentou. "Era irracional porque criava um risco desnecessário e elevado para as forças norte-americanas cada vez que entravam e saíam do país, e tivemos menos lucros apesar desse maior risco".  

O funcionário pontuou que as forças especiais envolvidas já estavam posicionadas nos países vizinhos e que o deslocamento não mudará a situação militar dos Estados Unidos na África Oriental.