Mercosul

Argentina e Paraguai aceitam nova redução de tarifas de importação do Mercosul, diz chanceler

Segundo o chanceler, falta apenas o aval do Uruguai para que a medida possa ser adotada ainda este ano

Carlos França, ministro das Relações Exteriores - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O chanceler Carlos França afirmou, nesta quarta-feira, que o Brasil já chegou a um entendimento com Argentina e Paraguai sobre a nova rodada de redução de 10% da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, usada no comércio com países de fora do bloco.

Segundo ele, falta apenas o aval do Uruguai para que a medida, que se insere nos planos de abertura comercial do governo, possa ser adotada ainda este ano.

Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o chanceler explicou que o acordo com argentinos e paraguaios prevê a redução de 87% das alíquotas, com a exclusão de setores sensíveis.

Essa fórmula foi usada em novembro de 2021, quando a Argentina conseguiu a exclusão de produtos como automóveis, autopeças, laticínios, têxteis, pêssegos e brinquedos.

Em relatos ao Globo, interlocutores do governo disseram que o Uruguai não se conforma com a falta de apoio do Brasil para a realização de acordos comerciais em separado dos demais sócios do Mercosul com terceiros mercados. Os brasileiros não se opõem a essa proposta de Montevidéu, que se prepara para negociar um tratado de livre comércio com a China. No entanto, Brasília não se pronunciou oficialmente a favor desse caminho.

França disse que viajou duas vezes ao Uruguai para conversar sobre o acordo que o país pretende negociar com os chineses. Mas não indicou que existe uma posição fechada.

— Estamos vendo como vamos harmonizar o desejo do Uruguai com as novas do Mercosul — afirmou.