Chanceler afirma ter visto com 'estranheza' desejo de trazer observadores da União Europeia
A eleição deste ano deve contar com cerca de cem representantes de entidades estrangeiras, número recorde de observadores para o pleito na História do Brasil
O chanceler Carlos França reforçou, nesta quarta-feira, sua posição contrária ao envio de observadores da União Europeia para acompanhar as eleições brasileiras deste ano. Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, França usou como argumento o fato de o Brasil não fazer parte do bloco regional.
—Vi com certa estranheza o desejo de convidar a União Europeia. Acho difícil que possamos ter como observador eleitoral uma organização da qual não fazemos parte. A União Europeia não costuma mandar missões eleitorais nem para seus próprios membros. Tivemos recentemente eleição em Portugal, eleição na Hungria, e não houve e não houve missão eleitoral da União Europeia.
Segundo o chanceler, o Brasil está dando uma “aula de democracia”, ao trazer representantes de órgãos como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Carlos França assegurou que Bolsonaro jamais se envolveu nessa questão sobre os europeus. Ele disse que coube ao Itamaraty, e não ao Palácio do Planalto, se manifestar contra o envio de observadores daquela região.
A eleição deste ano deve contar com cerca de cem representantes de entidades estrangeiras, número recorde de observadores para o pleito na História do Brasil. A informação foi dada, na última terça-feira, pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro declarar que as eleições serão “conturbadas”.
O TSE chegou a cogitar trazer observadores da UE ao Brasil. Porém, com a resistência do governo brasileiro, a Corte suspendeu as tratativas com os europeus.